O deputado do PSD/Açores João Bruto da Costa alertou para a
“falta de areia” destinada à construção civil na Graciosa, tendo exigido ao
Governo Regional a “rápida resolução” de um problema que está a prejudicar a
economia da ilha.
“A importação de areia para atividade de construção civil
tornou-se regra na ilha Graciosa. Sucede que, aparentemente por avaria do navio
de transporte de areia, a Graciosa está com falta daquela matéria-prima,
essencial ao prosseguimento de obras em curso na ilha. Tal situação é muito
penalizadora para a economia local, cujas fragilidades são conhecidas”, afirmou
o social-democrata.
Em requerimento enviado à Assembleia Legislativa dos Açores,
João Bruto da Costa salientou que, devido à falta de areia na ilha Graciosa,
empresas do ramo da construção civil foram obrigadas a suspender a sua
atividade.
O deputado social-democrata questionou o executivo açoriano
sobre o assunto, no sentido de saber se o Governo Regional “pretende proceder à
rápida resolução desta matéria através de uma atuação empenhada na atenção para
com situações de isolamento que prejudicam a ilha Graciosa”.
O Governo dos Açores emitiu um esclarecimento em que diz que “a
Dunamagnata, uma das empresas licenciadas para efetuar dragagens de areia nos
Açores, retomou a atividade após avaria da sua draga, estando a aguardar
vistoria da Direção Geral de Recursos Marítimos (DGRM) para poder navegar para
as ilhas do Grupo Central, a fim de as abastecer de areia”.
Afirma o governo que desta
forma, “será possível fazer face à necessidade de areia que se começa a
registar em algumas ilhas, como é o caso da Graciosa”.
Na Região estão licenciadas para a extração de areia duas
dragas de empresas privadas, uma de São Miguel, a Dragocidental, da empresa
Dunamagnata, e outra do Faial, a Coral da Horta, da empresa Ilha Azul.
A licença prevê a obrigatoriedade de fornecimento de areia às
ilhas para as quais solicitaram autorização. A empresa Ilha Azul está
licenciada para todas as ilhas, sendo que a empresa Dunamagnata tem licença
para todas as ilhas, à exceção das Flores e do Corvo.
Em setembro, a Coral da Horta foi abalroada por um navio de
transporte de cereais, tendo ficado inoperacional, sendo que, em outubro,
também a Dragocidental foi obrigada a parar a sua atividade devido à
necessidade de substituição do motor.
Salienta o Governo que, “na altura, todas as ilhas tinham
stocks de areia”.
A Direção Regional dos Assuntos do Mar e a Direção Regional
das Obras Públicas e Comunicações “têm estado em permanente contacto com os operadores
no sentido de obter informação quer sobre os stocks de areia existentes, quer
sobre a data do início das dragagens na Região, sendo que a empresa Ilha Azul
havia dado a indicação de que no final de novembro teria a draga operacional, o
que acabou por não se verificar.
A Direção Regional dos Assuntos do Mar está a envidar todos
os esforços para que o arquipélago possa ser abastecido com esta matéria, não
pondo em causa as diversas atividades económicas que dela dependem.