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Rádio Graciosa


08 agosto 2018

Aberto inquérito urgente relativo às evacuações aéreas de dois doentes das ilhas de São Jorge e da Graciosa, que decorreram a 02 de fevereiro de 2017

O Presidente do Governo determinou ontem a abertura imediata de um inquérito urgente relativo às evacuações aéreas de dois doentes das ilhas de São Jorge e da Graciosa, que decorreram a 02 de fevereiro de 2017, o qual terá de ficar concluído até dia 31 deste mês.
Segundo este despacho, no seguimento do conhecimento da situação relativa à evacuação médica de um doente da ilha de São Jorge e de um doente da ilha Graciosa, o Presidente do Governo considera ser, sem margem para qualquer dúvida, “imperativo e imprescindível o apuramento detalhado e exaustivo de todas as circunstâncias que rodearam esta situação”.
O despacho refere, ainda, que, para além de todas as outras questões que a Inspeção Regional de Saúde considere, no seu livre critério, relevantes para o total e cabal esclarecimento das circunstâncias que envolveram essas evacuações médicas, é imprescindível o esclarecimento de uma série de aspetos.
Entre os aspetos a esclarecer consta a cronologia dos factos relativos a cada um dos doentes, desde a sua sinalização na ilha de origem, até à sua chegada à estrutura de saúde de destino, assim como a identificação de todos os intervenientes nesse processo, bem como o sentido das decisões por eles tomadas.
Além disso, o despacho do Presidente do Governo pretende uma avaliação rigorosa do cumprimento ou incumprimento dos procedimentos estabelecidos para esse tipo de evacuações médicas, em especial, as situações em que os mesmos possam não ter sido cumpridos, em que circunstâncias e por quem.


Segundo o “Diário dos Açores”, a administradora do Hospital de Angra “interferiu ilegalmente numa operação de evacuação de doentes, obrigando um helicóptero da Força Aérea a evacuar um doente seu familiar da ilha de São Jorge, quando a equipa médica tinha optado por evacuar, primeiro, um doente da Graciosa”.
Este episódio ocorreu a 2 de fevereiro de 2017 e levou a que médica reguladora das operações apresentasse uma queixa por escrito ao Serviço Regional de Proteção Civil, queixa essa remetida para a Secretaria Regional da Saúde que optou por não a remeter para a Inspeção Regional de Saíde, esclarece o jornal.


O grupo parlamentar do PSD/Açores anunciou que vai requerer a audição, com caráter de urgência, do secretário regional da Saúde para um “esclarecimento cabal” da interferência da presidente do Conselho de Administração do Hospital de Angra do Heroísmo, Olga Freitas, numa operação de evacuação de doentes para benefício de um familiar seu.
Além da audição ao secretário regional da Saúde, os social-democratas vão requerer também a audição na Comissão de Assuntos Sociais do parlamento da presidente do Conselho de Administração do Hospital de Angra do Heroísmo; da médica reguladora; da médica da equipa de evacuação e do presidente do Serviço Regional de Proteção Civil dos Açores.
“É preciso apurar responsabilidades políticas na interferência de uma presidente de um conselho de administração de um hospital púbico nas decisões médicas para, alegadamente, benefício de um familiar seu”, reforça Mónica Seidi.


Os deputados do Partido Socialista dos Açores anunciaram que apoiam a urgente intervenção do Presidente do Governo dos Açores ao abrir de imediato um inquérito relativo às evacuações aéreas de dois doentes das ilhas de São Jorge e da Graciosa, que decorreram a 02 de fevereiro de 2017.
Perante a notícia de uma alegada interferência no estabelecimento de prioridades de duas evacuações aéreas – uma de São Jorge e outra da Graciosa – em fevereiro do ano passado, os deputados José Ávila, Manuel Ramos e Ricardo Ramalho entendem que “terá de ser apurada toda a verdade sobre esta alegada transgressão dos procedimentos normais numa situação de evacuação”.

Os parlamentares socialistas afirmam ainda que “é fundamental continuar a confiar na equipa que regula as operações de evacuações aéreas” e condenam “toda e qualquer interferência” nestes processos que, pela sua “complexidade”, devem ser tratados com toda a “sensibilidade e seriedade”, tendo sempre em conta apenas critérios técnicos para a “salvaguarda da vida humana”.

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