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Rádio Graciosa


04 maio 2018

Governo tem de olhar de forma responsável para a situação da lavoura da Terceira e Graciosa, defende PSD/Açores

O deputado e porta-voz do PSD/Açores para a Agricultura, António Almeida, desafiou na semana passada o Governo regional a olhar de forma responsável para a situação da lavoura da Terceira e Graciosa, onde os produtores acabam de ser multados pelo excesso de produção de leite, conforme foi noticiado.
“As multas sobre os produtores de leite por excesso de produção são preocupantes e afiguram-se como um garrote ao desenvolvimento e valorização dos produtos lácteos terceirenses quando, por decisões externas à lavoura, mais de 50% da produção da única fábrica da Terceira com dimensão relevante destina-se a leite em pó, o produto de menor valorização do mercado”, explica.
António Almeida salienta que “com o fim das quotas leiteiras e com a redução dos preços de leite à produção há produtores que procurariam através do aumento da produção minimizar o impacto dos custos fixos nas explorações, na maior parte dos casos de pequena dimensão face à média europeia”.
Além disso, sublinha o deputado, o estabelecimento de contratos de compra e venda de leite entre as indústrias e os produtores, previstos na legislação comunitária, traduz-se em “quotas leiteiras escondidas”, ou seja, afirmam-se como “um garrote ao aumento da produção e a preços baixos”.
“Não bastando esta situação, os produtores recebem os principais apoios limitados à produção de 2015 reduzido de 5%, o que penaliza seriamente a ajuda para compensar a perda de rendimento”, acrescenta.
O porta-voz do PSD/Açores afirma que “as decisões de produção e de mercado são, naturalmente, uma responsabilidade privada dos donos da indústria”, para sublinhar, contudo, que “cabe ao Governo, enquanto entidade reguladora e decisora na aplicação de fundos públicos e avultados financiamentos da União Europeia, olhar para a justa distribuição do rendimento em toda a fileira”.

Segundo António Almeida, “se as indústrias continuarem a investir com dinheiros públicos na produção de lácteos que não se traduzam em maior valor comercial e melhor rendimento, com recurso à redução do preço da compra do leite aos produtores, estaremos a condenar a prazo toda a fileira, a qualidade, o investimento dos produtores e a redistribuição dos recursos”

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