sexta-feira, outubro 31, 2014
Rádio Graciosa
Um grupo grande de pescadores da ilha Graciosa manifestou-se no final desta semana, pedindo a fiscalização para a
pesca ilegal de palangre.
Quando as queixas dos pescadores, em
anos anteriores, eram sobre embarcações de outras ilhas, agora, são assumidamente embarcações
da ilha Graciosa, que alegadamente, estão a pescar de forma ilegal.
Algumas zonas de pesca, dentro das
6 milhas, usadas pelas embarcações mais pequenas que pescam “ à linha de mão” e
que são mais abrigadas durante o Inverno, tem sido delapidadas por este tipo de
pesca. Esta situação tem levado ao descontentamento destes pequenos armadores nos
últimos meses e foi essa pressão, que terá levado ao pedido de demissão, em
Setembro, do presidente da Associação de Pescadores, Lázaro Silva.
Pediram mais fiscalização, pois com
apenas um Policia Marítima ao serviço desde Setembro, é claro que não é feita a
fiscalização devida.
As caixas azuis também são uma
preocupação, pois o método não se tem mostrado eficaz.
A Rádio Graciosa sabe que o
protesto realizado Quinta-feira, foi um “grito de alerta” para o que se está a
passar na pesca na ilha Graciosa e no seu mar, com a delapidação de recursos.
Com uma linha de costa pequena, com
grande número de embarcações e algumas delas a pescar ilegalmente, o futuro preocupa
muito os pescadores graciosenses.
Este mês de Outubro houve
pescadores que nem conseguiram ganhar 300 euros, muitas embarcações chegam a
terra sem peixe que dê, nem para alimentar a família.
Os pescadores que se tem mostrado contra a forma como outras embarcações
estão a pescar, são ameaçados, e vêem o seu peixe ser comprado na lota, muitas vezes, por
um preço inferior 3 ou 4 euros por Kg, ao seu real valor.
Há ameaças, de que se
continuarem com as queixas, nenhum peixe das suas embarcações será comprado.
Uma situação preocupante e que tem
levado famílias de alguns pescadores, a passarem por dificuldades económicas.
Espera-se a reacção da Associação
de Pescadores Graciosenses, que irá reunir em Assembleia-geral este Domingo, e
que o Governo Regional dê atenção a este problema e interfira com vista a sua
resolução.
