A Associação dos Amigos dos Animais da
Ilha Graciosa emitiu um comunicado em que se manifesta contra a pretensão de
considerar a Tauromaquia Património Cultural e Imaterial do Município de Santa Cruz da Graciosa.
Segundo o comunicado “nenhuma tradição que se alicerce
na crueldade e sofrimento de seres sencientes, como o são todos os animais,
porque sentem e sofrem como nós, é aceitável, quer do ponto de vista cultural,
quer do ponto de vista ético e moral.” O comunicado assinado pela presidente da
associação Marlene Dâmaso refere ainda que “urge que os nossos políticos se consciencializem
de que qualquer incentivo à crueldade
contra os animais é também um incentivo à criminalidade
contra as pessoas”, pois “os touros são animais muito pacíficos que passam a
maior parte da sua vida nos pastos; são sujeitos a uma situação de extrema
brutalidade que não só lhes inflige muito sofrimento, mas também os obriga a
comportarem-se de uma forma muito diferente da habitual, o que lhes dá a falsa
reputação de “bravos”.”
A Associação afirma ainda que é “inegável que os
touros sofrem antes, durante, e após as touradas. Desde a deslocação do animal
do seu habitat, a sua introdução num caixote minúsculo no qual não se consegue
mover e onde fica 24 horas ou mais, o corte dos chifres e as agressões de que é
vítima para enfurecer, a perfuração do corpo, tudo isto representa sem quaisquer
dúvidas sofrimento intenso e insuportável para um animal tão sensível.”
A terminar a associação diz que a intenção da Assembleia
Municipal “é incompatível com a declaração de Reserva da Biosfera, com o
respeito pelo meio ambiente e os animais, no marco duma sociedade que se
pretende em equilíbrio com o entorno natural” e o “município deve cuidar do bem
geral da sua população e da manutenção dos seus valores, e não de espectáculos
cruéis rejeitados pela maioria da sociedade.”
A Associação dos Amigos dos Animais da Ilha Graciosa
acha por isso que as touradas “ao invés de elevar o homem, bestializa-o e de
forma alguma se poderá considerar cultura, arte ou património, muito menos
aceitar que fundos públicos já tão escassos para áreas carenciadas como a
educação, a saúde, a proteção social e a cultura possam ser usados no
financiamento da tauromaquia, que em nada engrandece a Ilha e os graciosenses.”
E citamos.