Viveu uma infância feliz, num meio
rural em que havia muitas crianças e muita alegria.
Foi na escola primária da Freguesia
que concluiu o ensino primário e fez exame da quarta classe, imposição que os
pais tinham posto a todos os filhos.
No entanto, Teodora Borba descobriu
o gosto pelo estudo e pediu aos pais para continuar a estudar e foi através da
professora Maria Carlota Pereira, que conseguiu estudar e fazer exame de
admissão, embora o pai não aceitasse que saísse de casa para estudar.
Aos 18 anos é incentivada a fazer o
exame de regente na Terceira, viagem em que o pai a acompanhou, mas aí uma
outra professora propõe-lhe que faça o exame do 2º ano, que passou facilmente.
Depois ingressou no Liceu Nacional Padre Jerónimo Emiliano de Andrade e
continua a ser uma aluna muito aplicada, mas também muito preocupada e acaba
por ter um esgotamento.
Regressa a São Jorge para recuperar
na altura em que estava no 4º ano e é um amigo do pai que convence a deixá-la
prosseguir estudos no Colégio de Santo António, no Faial, onde completa o 4º e
5º ano. Foram anos de formação cívica e religiosa que marcaram a sua vida.
Voltou à Terceira para fazer o exame
do 5º ano e exame de admissão ao Ministério, pois queria ser enfermeira. Chegou
a ter matrícula feita na Escola de Enfermagem Rainha Santa Isabel, mas a
oposição da família a que seguisse aquela profissão e o facto de ter conhecido
o futuro marido fê-la mudar de ideias. Desiste da enfermagem para ser
professora e durante dois anos fez o curso na Terceira, terminando em 1957.
Foi também a 8 de Setembro de 1957
que casou com Celestino Soares da Silva, graciosense que trabalhava na Câmara
Municipal de Angra do Heroísmo.
Recém formada e recém casada, ficou
colocada na Praia da Vitória, na Escola Masculina Sousa Júnior. Tinha 49 alunos
da 4ª classe.
Durante 7 anos deu aulas em escolas
da Ilha Terceira e em 1964 pede transferência para a Graciosa, mais
concretamente para o lugar do Bom Jesus. Com esta mudança Teodora Borba cumpria
o desejo do marido de voltar para a sua terra e assim reside há 48 anos na
Graciosa.
A sua vida profissional nas escolas
do 1º ciclo continua até que é convidada para leccionar na escola preparatória
e depois também na escola secundária, onde foi professora de História. Dava
ainda explicações em sua casa, tendo ajudado muitos graciosenses a preparar-se
para os exames.
Estava nesta vida muito preenchida
de ensino, quando foi destacada em 1980 para trabalhar no Museu. Foi durante a
sua direcção que a casa foi comprada, renovada e adquirido e recolhido o
espólio da Casa Etnográfica, que abriu a 6 de Dezembro de 1983. Esteve a
dirigir o Museu até 2000, 20 anos de trabalho naquela casa, que deixou na
altura que foi para se reformar. Um trabalho que deu muito gosto, pois segundo
diz permitiu-lhe conhecer a história dos graciosenses e da ilha.
Maria Teodora Borba adotou a ilha Graciosa
como sua terra, e sentiu-se sempre muito acarinhada.
Conhece
muitas gerações de graciosenses e sente-se feliz por isso.
No seu contributo à ilha é de
destacar ainda que foi presidente da Junta de Freguesia Santa Cruz da Graciosa
em 3 mandatos alternados, numa fase em que havia muita pobreza e no trágico
sismo de 80.
O seu cunho pessoal também o deixou
no Carnaval da ilha, ensaiando bailinhos e fantasias de Carnaval.
Uma mulher notável, muito respeitada
pelos graciosenses e que adotou a ilha Graciosa como sua terra.