O gosto dos graciosenses pela música fez surgir na ilha,
agrupamentos denominados filarmónicas e foi assim que nasceu a Filarmónica
União Popular Luzense em 27 de Março de 1938.
Foram seus fundadores José Simões, seu primeiro presidente,
José Bettencourt, Domingos Conde, Ermelindo Mendonça, Francisco de Melo,
António Silva, João Silva, Francisco Mendonça, Napoleão Ávila, Manuel Silva,
Manuel Gregório, José Sobrinho, Francisco Miranda e João Teixeira. Foram estes
homens que, com instrumentos da anterior Filarmónica União Popular da Fonte do
Mato, criaram a União Popular Luzense, a primeira filarmónica exclusiva da
Freguesia da Luz.
A União Popular Luzense teve uma sede anterior à actual, no
Largo 1º de Dezembro, agora casa particular de António Deodato e mais tarde
compra em duas fases, a casa que é ainda hoje a sua sede, com escritura datada
de 1952. Ao longo dos anos passou por alguns períodos de obras e ampliação até
ser o que é hoje. Muitos tempos difíceis aquela instituição atravessou, mas a
banda esteve sempre activa. As grandes obras foram da responsabilidade de João
Silveira em 1952, Fernando Mesquita Gabriel e mais recentemente pelo actual
presidente George Ortins.
Hoje é uma casa moderna, capaz de
acolher qualquer tipo de evento.
A Filarmónica União Popular Luzense foi criada pelos seus
fundadores com o objectivo de desenvolver a freguesia e é ainda hoje o único
centro de cultura e diversão da Luz.
Foram muitos os maestros que passaram pela filarmónica da
Freguesia da Luz, tendo sido o primeiro João Medina, mas foi Adolfo Santos o
que mais tempo dirigiu aquela banda e dedicou grande parte da sua vida àquela
instituição.
Outros maestros foram Victor Silva, Angélico Lima, Manuel
Barros, António Pixes, sargento Batista, Rufino Cordeiro, José Gabriel Martins,
José Nascimento, Manuel Pereira, Eduardo Moniz, Gabriel Cunha, Luis Pires, Luis
Aguiar e João Leite, o actual maestro.
A Filarmónica da Luz albergou no entanto, ao contrário de
outras coletividades de algumas freguesias, outras atividades culturais, pois
possuía um piano, que abrilhantava serões culturais. A sua sede foi casa para
peças de teatro, recitais e até cinema, com uma máquina adquirida no início dos
anos 70, com o esforço dos seus sócios.
O Carnaval também tem história nesta sociedade, algumas das
fantasias mais memoráveis da ilha saíram daquele clube.
A Filarmónica União Popular Luzense tem mostrado e
concentrado o valor da freguesia por todo o arquipélago e até à comunidade de
emigrantes no Canadá, onde fez a sua grande digressão.
Um motivo de orgulho para os Luzenses e Graciosenses em
geral, em como se consegue superar as dificuldades para manter a viva a
identidade cultural da freguesia.