O presidente do Governo dos Açores, Carlos César, admitiu
hoje que não sabe o que o primeiro-ministro tem para lhe dizer sobre a Base das
Lajes, mas assegurou que sabe o que vai dizer ao chefe do Governo.
“Não sei que informações o
primeiro-ministro tem para me dar, mas sei o que lhe vou dizer”, afirmou Carlos
César em declarações aos jornalistas, numa referência ao encontro que terá na
terça-feira, em Lisboa, com Pedro Passos Coelho.
Neste encontro estará em
análise a intenção transmitida pelas autoridades norte-americanas de reduzir a
presença militar na Base das Lajes, na ilha Terceira.
“Não sei qual é o
empenhamento do Governo da República, nem sei se haveria razões para ser
informado mais cedo”, acrescentou Carlos César, que não adiantou aos
jornalistas a posição que vai defender junto do primeiro-ministro.
O presidente do executivo
regional considerou, no entanto, “fundamental” que essa posição resulte de uma
concertação entre as diversas entidades da região envolvidas nesta questão,
nomeadamente o Governo dos Açores, a Câmara da Praia da Vitória e a Câmara de
Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH).
Por essa razão, Carlos
César recebeu hoje o presidente da Câmara da Praia da Vitória, Roberto
Monteiro, e receberá na sexta-feira o presidente da CCIAH, Sandro Paim.
“É fundamental gerar na
região um consenso e uma orientação que seja partilhada por todos e, por isso,
seja mais eficaz”, defendeu o presidente do executivo açoriano.
No mesmo sentido, Roberto
Monteiro, o autarca socialista que preside ao município da Praia da Vitória,
onde está instalada a Base das Lajes, defendeu a importância de “articular
posições e preparar respostas para os cenários que possam vir a ocorrer”.
Roberto Monteiro
manifestou particular preocupação com o “impacto de extrema relevância” que a redução
da presença norte-americana pode ter ao nível do emprego e da economia local.
“Ao longo dos anos, o
contingente norte-americano foi maior e menor, mas, quanto maior ele for, maior
é o impacto positivo no emprego e na geração de riqueza”, afirmou.
Lusa/AO Online