PERESTROIKA
Tem sido com enorme incapacidade de avaliação dos impactos das medidas que serão impostas aos Açores, pelo acordo de resgate, que o país se viu obrigado a subscrever, que os responsáveis governativos dos Açores têm vindo a comentar a revolução por que passará a região, à semelhança do que acontecerá no continente.
Esta atitude, a roçar a total irresponsabilidade, deixa com os cabelos em pé (tenha-os ou não) qualquer cidadão atento, e revela a fraqueza para perceber o que acontecerá no Estado, ou não fosse este acordo um verdadeiro arrumar a casa a que o país se furtou por mero calculismo político-partidário.
A Troika irá impor a Portugal uma verdadeira Perestroika (reestruturação em Russo), que muito mais que um mero trocadilho é um plano de mudança de regime tal como o conhecemos.
Muito diferente do que estava consagrado no PEC IV, que apenas impunha sacrifícios aos portugueses com nulas contrapartidas ou apenas com meras intenções de reformas, o resgate do País será feito, é certo, com grande austeridade, mas tendo por contrapartida uma reorganização do Estado, da qual se destaca a reestruturação do sector público empresarial, que implicará o fim das "gorduras" que se alimentam dos impostos e dos sacrifícios dos portugueses.
Só por desfaçatez se pode dizer que o PEC IV tinha evitado este resgate.
Além disso, por via dos sacrifícios e da revolução que aí vem, virá também um empréstimo de 78 mil milhões de euros - que Portugal nunca obteria de outra forma - e que são essenciais para que o país não entre em bancarrota formal.
Mas se a mitomania por que andam os responsáveis governativos dos Açores lhes causa desvarios sem nexo e declarações verdadeiramente imbecis, é importante que percebamos toda a extensão desta situação que, em última análise, pode pôr em causa até mesmo a Autonomia.
É importante que exista a noção de que muitas das medidas que o país terá que tomar devem ser tomadas também nos Açores e que, se a coberto de imperativo constitucional e estatutário somos detentores de iniciativa nas reformas exigidas, não é menos certo, ou por outra, é ainda mais certo, que dependemos do país e da Europa para continuar o percurso autonómico. Nesse sentido, é bom que se perceba que nesta situação para que fomos levados pelos Governos de Sócrates, manda quem paga! E se no país quem paga é a Troika que monitorizará e dará assistência na implementação das medidas para que os objectivos sejam atingidos, os Açores, que necessitam dos dinheiros do continente para sobreviver, convém que percebam o que isso implica em termos de transparência das contas públicas e de reforma do Estado.
Tem sido com enorme incapacidade de avaliação dos impactos das medidas que serão impostas aos Açores, pelo acordo de resgate, que o país se viu obrigado a subscrever, que os responsáveis governativos dos Açores têm vindo a comentar a revolução por que passará a região, à semelhança do que acontecerá no continente.
Esta atitude, a roçar a total irresponsabilidade, deixa com os cabelos em pé (tenha-os ou não) qualquer cidadão atento, e revela a fraqueza para perceber o que acontecerá no Estado, ou não fosse este acordo um verdadeiro arrumar a casa a que o país se furtou por mero calculismo político-partidário.
A Troika irá impor a Portugal uma verdadeira Perestroika (reestruturação em Russo), que muito mais que um mero trocadilho é um plano de mudança de regime tal como o conhecemos.
Muito diferente do que estava consagrado no PEC IV, que apenas impunha sacrifícios aos portugueses com nulas contrapartidas ou apenas com meras intenções de reformas, o resgate do País será feito, é certo, com grande austeridade, mas tendo por contrapartida uma reorganização do Estado, da qual se destaca a reestruturação do sector público empresarial, que implicará o fim das "gorduras" que se alimentam dos impostos e dos sacrifícios dos portugueses.
Só por desfaçatez se pode dizer que o PEC IV tinha evitado este resgate.
Além disso, por via dos sacrifícios e da revolução que aí vem, virá também um empréstimo de 78 mil milhões de euros - que Portugal nunca obteria de outra forma - e que são essenciais para que o país não entre em bancarrota formal.
Mas se a mitomania por que andam os responsáveis governativos dos Açores lhes causa desvarios sem nexo e declarações verdadeiramente imbecis, é importante que percebamos toda a extensão desta situação que, em última análise, pode pôr em causa até mesmo a Autonomia.
É importante que exista a noção de que muitas das medidas que o país terá que tomar devem ser tomadas também nos Açores e que, se a coberto de imperativo constitucional e estatutário somos detentores de iniciativa nas reformas exigidas, não é menos certo, ou por outra, é ainda mais certo, que dependemos do país e da Europa para continuar o percurso autonómico. Nesse sentido, é bom que se perceba que nesta situação para que fomos levados pelos Governos de Sócrates, manda quem paga! E se no país quem paga é a Troika que monitorizará e dará assistência na implementação das medidas para que os objectivos sejam atingidos, os Açores, que necessitam dos dinheiros do continente para sobreviver, convém que percebam o que isso implica em termos de transparência das contas públicas e de reforma do Estado.
João Bruto da Costa