Vinte e um reclusos do estabelecimento prisional de Ponta Delgada encontraram numa "oficina da escrita" a forma de "por cá para fora sentimentos profundos e emoções", muitas vezes escondidos pela privação da liberdade. "Precisamos deste tipo de iniciativas. Estamos fechados e privados da liberdade e, por vezes, só nos apercebemos deste isolamento muito mais tarde depois de aqui estarmos e enfrentamos um choque muito grande", disse à agência Lusa Ana (nome fictício) que participou na iniciativa da Morada da Escrita. Esta reclusa foi um dos participantes da cadeia de Ponta Delgada numa experiência inédita, que permitiu, pela primeira vez, levar uma oficina da escrita até ao estabelecimento prisional. Designada "Escrita Criativa", esta oficina faz parte das actividades desenvolvidas pela Morada da Escrita, localizada na moradia onde viveu o poeta Armando Côrtes- Rodrigues, em Ponta Delgada, e que está transformada em espaço cultural desde Janeiro.