O Provedor de Justiça deu razão a um jovem psicólogo da ilha Graciosa,
excluído pela Secretaria Regional da Educação de uma candidatura à Bolsa de
Formadores da Região. 
A noticia saiu
em vários órgãos de comunicação regional, pois numa carta agora enviada a Marco Martins, licenciado em Psicologia, o
provedor de Justiça considera que houve “discriminação” por parte do Governo
Regional dos Açores, que decidiu de forma “arbitrária e sem respeito pelo
princípio da igualdade”, excluí-lo da bolsa, alegando que o candidato não
possuía um mestrado como especialização, mas apenas um mestrado integrado.
“A discriminação invocada como fundamento do
indeferimento da candidatura, por si só, porque desprovida de fundamento,
revela-se arbitrária e, nessa medida, contende com o princípio da igualdade”,
sustenta o provedor, no ofício a que a agência Lusa teve acesso.
O departamento governamental argumentou que o jovem não tinha
qualificações por o seu mestrado ser integrado, mas o provedor considera que
não há diferenças entre mestrados e recomenda à secretaria regional que reveja
os seus procedimentos. 
Alfredo de Sousa conclui ainda que a
Administração Regional “não pode tratar de modo diverso” aquilo que não tem
distinção, e deixa uma “chamada de atenção” ao Governo açoriano, ao propor que
sejam “alterados os procedimentos de avaliação das candidaturas” à bolsa de
formadores, de modo a “garantir o respeito pelo princípio da igualdade e não
discriminação”.
O psicólogo, agora residente no Porto,
lamentou, em declarações à Lusa, que o Governo Regional esteja a “expulsar” os
jovens açorianos da sua terra, apesar dos problemas de “desertificação” e de
envelhecimento da população que existem no arquipélago.
“Eu não pretendo regressar aos Açores, a não
ser durante as férias, para visitar a minha família e a minha terra, por isso,
não quero continuar com o processo”, justificou Marco Martins, acrescentando
que o seu caso poderá, no entanto, ser uma ajuda para a resolução de outras
situações semelhantes.
O psicólogo entende que a recusa da SREF se
deve não ao seu curriculum, mas àquilo que eventualmente escreve num blogue, na
internet, apesar de entender que tem “direito” a manifestar a sua opinião
publicamente, sem que tenha de ser alvo de “represálias”.
Uma fonte da Secretaria Regional da Educação,
Ciência e Cultura (que sucedeu à antiga SREF no novo executivo açoriano),
contactada pela Lusa, contestou, no entanto, a decisão do provedor de Justiça,
alegando que Marco Martins “não possui um curriculum relevante para dar
formação a professores”.
Ainda assim, a mesma fonte adiantou que a
secretaria “aceita” a decisão do provedor e garante que “não houve intenção de
prejudicar ninguém, mas apenas de cumprir a lei”.


 terça-feira, julho 09, 2013
terça-feira, julho 09, 2013
 Rádio Graciosa
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