Isto deve estar muito mau para
Berta Cabral. Nos últimos tempos apressou-se a prometer tudo a todos e agora
nas visitas que faz por essas ilhas leva uma personagem de serviço que se
limita a reproduzir o que os séquitos daquela líder querem ouvir, qual papagaio
que repete, inconscientemente, o que o dono quer que o engraçado bicho diga.
Desde a inauguração do novo
Centro de Saúde - espaço que Marques Mendes considerou como uma clínica privada
talvez por ser uma estrutura de qualidade a que não deve estar habituado - que
a oposição local elegeu aquela entidade para atacar como nunca se viu.
Perante a obra feita, perante um
governo que apesar da crise nacional consegue manter apoios sociais a quem mais
precisa, perante um governo regional que recusa aceitar o ataque do governo da
república aos que menos podem, resta apenas a esta oposição optar pela
maledicência.
Com este nervosismo todo de Berta
Cabral e dos seus acompanhantes esqueceram-se do essencial: antes de criticar
deveriam procurar conhecer e ver como funcionam as coisas. Esta ação talvez
servisse para não dizerem disparates sobre o que não conhecem e talvez
passassem a ter mais cuidado quando recebem informações de “zelosos”
funcionários que não sabem distinguir o seu trabalho da sua intervenção
política.
Tenho a certeza que se Marques
Mendes, entre a tourada e a sardinhada, tivesse falado com outras pessoas e se
procurasse conhecer esta ilha pela boca de outros que não aqueles que o
rodearam, talvez ficasse a saber que a Graciosa e os Açores são bem servidos pelo
serviço regional de saúde que é, em muito, superior ao do continente. Talvez
ficasse a saber que no seu partido há quem distribua empregos pelos seus
familiares, diretos e indiretos. Finalmente, poderia também aferir que outras
famílias da sua área política abundam em alguns serviços da ilha. E mais… nesta
visita Berta Cabral, muito preocupada com o resultado da última sondagem,
acabou por fazer aquilo que acusa os outros: ofereceu cargos de chefia por um
punhado de votos.
É o desespero.
Graciosa, 27 de setembro de 2012.
José Ávila