A passagem do
furacão Gordon pelos Açores apenas originou 18 ocorrências sem gravidade em S.
Miguel e Santa Maria, mas provocou prejuízos no setor agrícola nas duas ilhas
do Grupo Oriental, revelou esta segunda-feira Carlos César.
“Felizmente, não se observaram
prejuízos de maior em bens e infraestruturas e, muito menos, de natureza
pessoal”, afirmou Carlos César, numa conferência de imprensa em Ponta Delgada
para apresentar o balanço da passagem do furacão.
Os dados oficiais indicam que foram
registadas 11 ocorrências em Santa Maria e sete em S. Miguel, onde também
ocorreram falhas pontuais de energia elétrica.
“Os prejuízos maiores foram na área
agrícola”, salientou o presidente do executivo açoriano, acrescentando que já
foram referenciados “prejuízos muito sensíveis” na horticultura e na
fruticultura, mas também em estufas, especialmente na ilha de Santa Maria.
Carlos César salientou que foram
também registados prejuízos em culturas forrageiras, especialmente milho, na
costa sul de S. Miguel, e em algumas zonas de vinha.
O balanço da passagem do Gordon
indica também que há “vários quilómetros” de caminhos agrícolas que foram
afetados, mas que deverão ficar desobstruídos “ainda hoje”, estando os
trabalhos já em curso, assim como a limpeza das estradas regionais.
Na terça-feira, vai começar uma
“vistoria geral” a cursos de água e ribeiras para avaliar se é necessário
proceder à sua limpeza e desobstrução.
“Quero destacar a capacidade dos
açorianos e das instituições”, frisou Carlos César, referindo especialmente o
trabalho desenvolvimento por 870 pessoas que estiveram toda a noite no terreno,
a contribuição dada pelos trabalhadores dos municípios afetados e a prontidão
em que foram colocados os efetivos militares para poderem ajudar em caso de
necessidade.
Para Carlos César, “o civismo e a
cultura de proteção civil dos açorianos e a forma como cumpriram as orientações
que foram dadas permitiram minimizar muito do potencial de prejuízos”.
O presidente do executivo regional
elogiou ainda o trabalho desenvolvido pela Proteção Civil, frisando que o
dispositivo existente no arquipélago “é o adequado”.
“Não me recordo de nenhuma situação
em que a capacidade de prontidão e de resposta não tenha sido dada em tempo
oportuno”, afirmou.
Nesta conferência de imprensa, o
presidente do Governo dos Açores agradeceu ainda o acompanhamento e as
mensagens que recebeu de Paulo Portas, líder do CDS-PP, e de António José
Seguro, secretário-geral do PS.
Poucas horas depois da passagem do
furacão, numa reviravolta típica do estado do tempo nos Açores, o sol voltou a
brilhar e as praias de S. Miguel e de Santa Maria tornaram a ficar cheias de
pessoas.
Regional /