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Rádio Graciosa


20 abril 2020

Artigo de Opinião de João Costa “Sentido único”

"A democracia vive, na atual emergência, momentos singulares.
À oposição pede-se contenção, que seja reservada na crítica, que se empenhe num espírito de colaboração com propostas construtivas e alertando para dificuldades.
Isto porque vivemos momentos únicos em que, com motivação solidária, melhor enfrentamos o inimigo comum.
À situação, aos que suportam o governo, pedia-se também contenção. Aos que detêm cargos executivos esperava-se abertura e diálogo, humildade para aceitar sugestões e moderação na sua promoção política.
A democracia de quarentena assim o exigia.
Mas não é isso que acontece e, como que em dois pratos de uma balança, quanto mais a oposição assume o seu papel de entreajuda, mais o poder faz aproveitamento político, muita campanha dissimulada e uso dos meios públicos para a promoção situacionista.
Assim não, assim a quarentena democrática, já de si vítima dos maus tratos do estado de emergência, cede ao autoritarismo e ao populismo e arriscamos passar a ser uma democracia em contenção, de sentido único, acrítica e sem futuro."

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