O Governo dos Açores manifestou ao Governo da República a
necessidade de efetivar a requisição civil decretada perante a greve dos
estivadores no Porto de Lisboa, para que seja possível carregar e descarregar
os navios que operam para os Açores.
A secretária Ana Cunha salientou que o Governo dos Açores
manifestou “de imediato, a nossa preocupação, ao Governo da República” pelo não
cumprimento da requisição civil, tendo solicitado inclusivamente “que se
socorressem, se necessário fosse, de forças de segurança para efetivar essa
requisição civil”.
A titular da pasta dos Transportes
afirmou que o Governo dos Açores já teve “acolhimento a essa proposta" e
que "aliás, já era intenção também do Governo da República tornar efetiva
a requisição civil, recorrendo-se das forças de segurança, se necessário
fosse”, acrescentou.
Ana Cunha referiu que o litígio entre estivadores do Porto de
Lisboa e entidades patronais “não é uma ‘guerra’ nossa, nem sobre a qual
devamos opinar, porque não a conhecemos em detalhe sequer, nem temos qualquer
competência para nos pronunciarmos sobre o litígio entre as entidades em
presença".
"O que nos interessa é que temos uma requisição civil de
trabalhadores da estiva decretada no dia 17 de março, estamos no dia 19 e os
navios continuam sem operar e, portanto, a nossa preocupação é essa neste
momento”, frisou.
“Da mesma maneira que nos congratulámos com o facto do
Governo da República ter decretado a requisição civil dos trabalhadores
portuários para assegurar os serviços mínimos que garantissem o abastecimento
aos Açores, neste momento a nossa preocupação prende-se com a falta de efetivação
dessa requisição civil” durante esta quinta-feira, afirmou Ana Cunha.
“Temos estado a acompanhar essa situação com os armadores e
com o Governo da República, e o que é facto é que temos três navios encostados
no Porto Lisboa que não estão a ser operados, neste momento, pelos
trabalhadores portuários. Temos o Monte Brasil, o Corvo e o Furnas. Dois para
carregar e um para descarregar”, disse.
Ana Cunha referiu ainda ter a garantia, por parte do Governo
da República, de que esta sexta-feira “tudo farão para que o problema se
resolva”.
A Secretária Regional adiantou que, para já, o abastecimento
do arquipélago não está em causa, já que a operação tem vindo a fazer-se “com
algum atraso, mas sem interrupção”.
No entanto, recordou Ana Cunha, “a situação, neste momento,
já se arrasta desde segunda-feira”.