A OCDE apresentou na cimeira do clima um relatório que
coloca algum realismo nas questões das alterações climáticas e que demonstra
que: “O combate às alterações climáticas será inútil sem investimento no
desenvolvimento dos países mais pobres” e que “por maior que seja a ambição dos
países mais ricos com as metas para a redução do aquecimento global, não será
possível combater as alterações climáticas sem dar atenção aos países em
desenvolvimento”, acrescentando que em 2030 poderá haver mais 100 milhões de
pobres e 140 milhões de novos migrantes até 2050, por causa de efeitos das
alterações climáticas.
A questão é até didática. De nada serve aos países ricos um
esforço no combate às alterações climáticas se os países em desenvolvimento não
forem acompanhados e as políticas públicas acabem por invalidar as atuais
ambições climáticas.
Ignorar esta realidade irá continuar a roubar a infância dos
que estão na miséria, na fome, na indigência económica, vítimas de escravatura
e tráfico de seres humanos, sem esperança, esquecidos e sem voz.