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Rádio Graciosa


18 outubro 2018

Secretário Regional da Saúde reconheceu que há melhorias a fazer na Unidade de Evacuações Aéreas nos Açores


O Secretário Regional da Saúde afirmou na Horta, que serão implementadas todas as normas e procedimentos para reforçar, cada vez mais, a eficácia da Unidade de Evacuações Aéreas nos Açores.
“Há melhorias a introduzir no sistema, melhorias de comunicação e melhorias de procedimentos, reforçando aquilo que eventualmente não esteja bem”, frisou Rui Luís, que falava na Assembleia Legislativa.
Numa referência às evacuações que ocorreram a 2 de fevereiro de 2017, reafirmou que foi uma situação que não correu bem, entre milhares de evacuações que correram bem antes e depois daquela data.
O Secretário Regional garantiu que será feita uma reflexão em conjunto com os profissionais que estão envolvidos nesta área, com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, com os centros de saúde e com a Unidade de Evacuações Aéreas, para reforçar medidas a implementar no sistema.
O titular da pasta da Saúde salientou ainda que é da sua competência intervir quando algum serviço não está a funcionar e tentar corrigir.
“Por vezes, quando as coisas não estão a funcionar o Secretário tem de intervir, e vai continuar a intervir” frisou.
“Não posso deixar de exercer o meu poder tutelar sobre a administração”, acrescentou Rui Luís salientando que uma das prioridades para melhorar o sistema de evacuações é a formação.
Nesse sentido, recordou que “já foi anunciado pelo Diretor Regional da Saúde que, na próxima semana, começa um curso de emergência e estabilização do doente crítico dirigido aos médicos internos de Medicina Geral e Familiar”.
Relativamente à necessidade de uma segunda tripulação para os helicópteros da Força Aérea Portuguesa, o governante adiantou que a expetativa é que, até ao final do ano, se confirme uma segunda tripulação para os Açores.


O Presidente do Grupo Parlamentar do CDS, Artur Lima, referiu, esta quarta-feira, durante a interpelação ao Governo Regional sobre o serviço de transporte aéreo de emergência médica, que “este novo sistema de evacuação e deslocação de doentes é um sistema de decisão de variáveis múltiplas, que é desarticulado e que produz entropias e ineficiências, que no anterior sistema não existiam”.
Para Artur Lima, é necessário “reformular todo o sistema e não apenas minimizar ou menorizar, como pretende o Presidente do Governo”, urgindo, deste modo, “a sua revisão total, porque as evacuações e as deslocações de doentes não podem ser suscetíveis de entropias desta natureza”.
Sobre a polémica em torno das evacuações que envolveram doentes da Graciosa e de São Jorge, Dionisio Faria e Maia do PS/Açores, considerou que “muito se disse e escreveu sobre este incidente, muitos juízos ligeiros se fizeram, politizando-se rapidamente aquilo que deveria simplesmente conter matéria de decisão clínica e organizacional”. No entanto, como fez questão de realçar, “em política não vale tudo”, principalmente quando o que esteve em causa foi, como demonstrou o inquérito, “um conflito entre pares”, “uma falha de comunicação e inoperância reconhecida pelos técnicos intervenientes” que é “passível de resolução pelo diálogo e assumo de liderança”.
Também o deputado José San-Bento, interveio no debate para realçar que “temos um bom sistema, mas as circunstâncias do dia 2 de fevereiro de 2017, demonstram que a exceção confirma a regra - A regra é que o serviço é bom, o serviço deve ser motivo de orgulho e de confiança para os Açorianos -, mas não negamos que numa situação extraordinária foram expostas questões que têm que ser corrigidas e que são, e muito bem, abordadas no Despacho do Presidente do Governo dos Açores, que é uma base, de um contributo para que estas insuficiências sejam corrigidas e que se possa prevenir os problemas”.
A deputada do PSD/Açores Mónica Seidi considerou que o secretário regional da Saúde é “politicamente indigno” de permanecer no cargo, após ter ficado provado que Rui Luís interferiu nas evacuações médicas ocorridas a 2 de fevereiro de 2017.
“A médica reguladora teve a dignidade de sair, pedindo a demissão. O senhor secretário regional da Saúde é politicamente indigno de continuar a desempenhar as funções que lhe foram confiadas pelos açorianos”, disse a social-democrata, na Assembleia Legislativa dos Açores, numa interpelação ao governo regional sobre o inquérito da Inspeção Regional de Saúde às referidas evacuações médicas.
A parlamentar do PSD/Açores lembrou que Rui Luís “ocultou” toda a situação ao arquivar o caso em 2017, sabendo-se agora que também “interferiu, sem ter competência legal ou técnica” no processo de evacuação médica.
Mónica Seidi considerou também “lamentável” que o presidente do governo regional, no despacho feito a propósito do inquérito, “não tenha encontrado culpados”, apesar de todos os factos apurados pela Inspeção Regional de Saúde.



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