Neste início
de ano damos conta de que o país não tem Orçamento do Estado. No último mês
desapareceram do dia-a-dia aqueles que exigiam rapidez ao Presidente da
República para colocar em andamento a tomada do poder pelo conjunto de forças
políticas ressabiadas das eleições que não conseguiram ganhar, com a
justificação de que era urgente ter um governo em funções, porque Portugal
tinha de ter Orçamento.
Este hiato
de tempo, deste que foi dada posse aos apressados em a tomar e que fez
esfumar-se a ansiedade do discurso daquela urgência, serviu para dar conta da
resolução de um Banco numa noite de domingo sem que aparecessem na abertura dos
telejornais os costumeiros opositores de tudo o que os outros fazem.
Desde a
posse do governo apoiado pelos que exigiam rapidez no suposto regresso a uma
peculiar “normalidade” democrática, os actos praticados pelo governo das
urgências de Abril e pelas forças políticas que o suportam revelam a verdadeira
razão para tanta urgência de voltar ao poder ou em o tomar de assalto. E essa
razão não se corporiza em apresentar rapidamente um novo Orçamento de Estado
que recoloque o país, segundo eles, no caminho do progresso económico e social.
Nada disso, o que acirrava ânimos “democráticos” há cerca de dois meses nada
tinha que ver com um pensamento para o país ou para o futuro da sociedade
portuguesa, mas sim com a urgência em vingar no governo a derrota que os
portugueses lhes haviam infligido nas urnas. E como qualquer estado de alma
stressado com a necessidade de tomar as rédeas do seu destino, os partidos que
promoveram uma justificação de estabilidade para se apossarem do poder não têm
feito outra coisa senão fomentar a instabilidade e a incerteza.
A ausência
de credibilidade de uma solução de governo, onde ninguém sabe verdadeiramente
quem consegue impor a sua vontade aos outros, é revelada pelo atraso em
apresentar um orçamento comum, a que se soma uma correria em aprovar medidas
que possam ser usadas em campanha eleitoral próxima, mas que têm um preço para
o país e todos o iremos pagar mais cedo ou mais tarde.
Pelo meio
desta zaragata de uma geringonça mal montada e barulhenta começam já a sofrer
os mais novos que voltarão a ter um ano escolar completamente inusitado, com
alterações e mais mudanças, sobretudo ideológicas, que provaram no passado ser
sempre prejudiciais para os resultados pretendidos.
E só o
ressabiamento pode motivar os actuais detentores do poder para quererem fazer
regressar à educação mais caos e maior confusão para, depois de terminado o
primeiro período lectivo, querer mudar já o rumo de um ano preparado e em
andamento.
Mas o que importa
para quem gere esta espécie de governo parlamentar é que se imponha o seu
pensamento político, independentemente do custo e das consequências.
Isso mesmo
resulta também da correria de reverter e revogar tudo quanto se lembram - mesmo
que nem todos o queiram - e fazê-lo rapidamente pois, quando chegar a hora do
aperto, pode ser tarde demais para segurar bandeiras que podem fazer falta no
futuro.
Nas
urgências de faz de conta como que se vai antecipando o carnaval nas máscaras e
nas fantasias. E a ver pela demência política que se apoderou do país o melhor
mesmo é aproveitar o verdadeiro tempo de folia para esquecer, um pouco, os da
farra da política que deixam má memória e celebrar o Carnaval.
Para um
Carnaval genuíno aproveitem para conhecer ou revisitar o Carnaval da ilha
Graciosa, com divertimento e bailarico até às tantas e que já teve o seu
arranque!



quarta-feira, janeiro 13, 2016
Rádio Graciosa