O Secretário Regional da Saúde defendeu que os médicos de
Medicina Geral e Familiar devem ser “os principais gestores dos doentes com
dependência”, tirando partido “da proximidade” que os centros de saúde
proporcionam.
Luís Cabral, que falava na abertura da ação de formação
sobre terapêutica dual, que decorreu no Hospital de Santo Espírito da Ilha
Terceira, frisou que, para o Serviço Regional de Saúde, “as dependências são
uma doença”, tal como é a hipertensão ou a diabetes, que se desenvolve num
contexto sociocultural do qual os médicos de família “têm uma visão clara”.
Luís Cabral referiu-se também ao Sistema de vigilância de
Comportamentos de Risco que foi implementado junto dos alunos do 6º ao 12º ano
“que permitirá dispor de indicadores concretos dos comportamentos de risco na
população jovem”.
Os dados já disponíveis mostram que, por exemplo, cerca de
um terço dos jovens entre o 6º e o 8º ano já experimentaram fumar e que cerca
de metade dos jovens até ao12º anos já o fizeram, pelo menos uma vez.
O inquérito, que abrangeu, neste primeiro ano, cerca de
seis mil alunos, em todas as ilhas, mostra também que 17% dos jovens até ao 12º
ano já teve contato com drogas leves, “um número que deve merecer a nossa
atenção e ser alvo de uma intervenção muito direta”, disse Luís Cabral.
Segundo o Secretário da Saúde, vão desenhar-se “ações
concretas” que vão de encontro a estes comportamentos de risco e a partir dos
próximos anos, aplicando o mesmo inquérito, da mesma forma e à mesma população,
“se poderá perceber se há diminuição ou não das diversas incidências”.