O Dia dos Açores foi instituído pelo
parlamento açoriano em 1980, destinado a comemorar a açorianidade e a
autonomia. É a maior celebração religiosa e cívica dos Açores.

Formado por
pequenas comunidades isoladas durante séculos, o povo dos Açores manteve cultos
e práticas profundamente populares, totalmente enraizadas no quotidiano que,
apesar da crescente globalização, ainda mantêm um profundo significado, sendo
um dos traços da açorianidade. Entre essas práticas insere-se esta comemoração,
cuja vitalidade se alarga naturalmente a todos os núcleos de açorianos
espalhados pelo mundo, incluindo as comunidades de origem açoriana no sul do
Brasil, e que se exterioriza em celebrações que são tão espontâneas e tão
vividas quão intensas.
O culto do
Espírito Santo nos Açores, resultado da forte influência franciscana no
arquipélago e da conjugação da visão histórica proveniente da ortodoxia
teológica cristã com a visão histórico-profética do milenarismo de Joaquim de
Fiore (formulado como sagração da história), ganhou uma dimensão e um impacto
sem paralelo. A força do culto do Espírito Santo é tão grande que deu ao
catolicismo predominante nas ilhas um carácter especial, tendo sido, inclusive,
uma fonte de constantes conflitos entre a ortodoxia da igreja e as Irmandades
do Divino Espírito Santo. Daí ser um dos traços determinantes da cultura
açoriana.
Assim, porque é
o mais popular dos dias festivos e de repouso e recreio em todo o arquipélago,
entendeu o parlamento açoriano justo consagrá-lo legalmente como afirmação da identidade dos açorianos, da
sua filosofia de vida e da sua unidade - base e justificação da autonomia
política que lhes foi reconhecida e que orgulhosamente exercitam
(prâmbulo do Decreto Regional n.º 13/80, de 21 de Agosto).