Casimiro da Cunha Ribeiro, nasceu a 29 de Junho de 1930, no Corpo Santo em Santa Cruz da Graciosa e era filho de João da Cunha Ribeiro, pescador e de Filipa da Cunha, doméstica.
A sua infância foi passada sempre em contacto com o mar e por isso nunca se interessou pela escola, os pais mandavam-no para a escola mas fugia e por isso nunca completou o ensino primário.
Gostava do mar e era nele que
queria fazer a sua vida, por isso aos 14 anos tirou a cédula marítima e começou
a trabalhar com o pai. Com muito trabalho e poupança adquiriram mais tarde o
seu próprio barco e passaram a trabalhar por conta própria.
Quando apareceu a caça à baleia,
começou também nessa arte pela qual viria também a apaixonar-se. Fazia parte do
bote João Batista, primeiro como marinheiro, depois como trancador e mais tarde
oficial da baleia.
Era muito correcto e conhecedor das artes do mar, apesar da quase inexistente escolaridade que possuía e conseguiu tirar carta de arrais de pesca local e de arpador de cetáceos.
Era um jovem de 20 anos quando
casou com Maria do Rosário da Cunha Ribeiro, em 11 de Dezembro de 1953. Do
casamento nasceram duas crianças, um rapaz e uma rapariga.
Foi quando a caça à baleia
começou a entrar em declínio, na década de 80, que Casimiro rumou ao Canadá com
a família. O objectivo inicial era visitar a mãe que lá morava e tinha idade
avançada e acabaram por lá ficar 12 anos.
Os filhos começaram a trabalhar e
lá casaram, mas Casimiro nunca esqueceu a sua terra e quando adoeceu foi à
Graciosa que quis regressar.
Doença cardíaca impossibilitou-o
de conseguir ir ao mar, impedimento que foi o maior desgosto da sua vida.
Casimiro que sempre tinha sido ao
longo da sua vida um homem robusto e de trabalho árduo, devido à doença não se
conseguia movimentar como desejava e aos poucos deixou até de pescar de calhau,
um hobbie que praticava quando não ia ao mar de barco.
Quanto a outros hobbies
destaca-se apenas o futebol, foi jogador do Graciosa Futebol Clube e quando foi
fundado o Marítimo fez parte da primeira equipa de futebol do clube.
Casimiro era um homem bondoso,
educado e carinhoso que viveu para o mar e para a família, enfrentando as
dificuldades próprias daquela época.
Casimiro Ribeiro tinha 71 anos,
quando morreu a 11 de Fevereiro de 2001 em Santa Cruz da Graciosa, vítima de
doença prolongada.
Casimiro Ribeiro é sem dúvida um
dos nomes conhecidos da caça à baleia na Graciosa, especialmente na qualidade
de trancador, fica na a história da Graciosa este graciosense notável a quem a
Rádio Graciosa presta homenagem.