O presidente da
Ordem dos Médicos nos Açores, Jorge Santos, defendeu hoje um esclarecimento por
parte de elementos técnicos do Hospital de Ponta Delgada, sobretudo do diretor
clínico, sobre o encerramento da Unidade de Neonatologia devido a uma bactéria.
"A situação exige uma
afirmação do hospital, que deve ser feita por médicos, os quais devem falar perante
a população", afirmou Jorge Santos, em declarações à Lusa.
A Unidade de Neonatologia do
Hospital de Ponta Delgada, a única valência do género nos Açores está encerrada
e sem previsão de reabertura devido à existência da bactéria Acinetobacter
Baumannii, que segundo o diretor do serviço de Pediatria, Carlos Pereira
Duarte, "existe há pelo menos dois a três anos" no Hospital de Ponta
Delgada, mas "não têm sido tomadas as devidas providências que deveriam
ser tomadas".
Criticas que a presidente do conselho
de administração do Hospital de Ponta Delgada, Margarida Moura, rejeitou,
assegurando que "é diária a vigilância epidemiológica aos doentes com
risco de infeção" e frisou que a situação só foi diagnosticada "por
causa da existência de uma vigilância diária".
Para o presidente da Ordem dos
Médicos nos Açores, trata-se de "uma situação delicada", cujos
"esclarecimentos devem ser feitos pelos elementos médicos e não surgirem
posições da administração contrárias ao diretor da pediatria".
Isto é um assunto técnico que pode
ser alarmante para a população e estes esclarecimentos devem ser dados por
médicos, nomeadamente pelo diretor clínico, que representa o corpo
médico", reforçou, acrescentando que a Ordem "segue o assunto com
atenção".
Por causa da bactéria, sete bebés
internados na Unidade de Neonatologia foram contaminados a 21 de julho.
Enquanto se mantiver o encerramento
da Unidade de Neonatologia, todas as mulheres que tenham entre 28 e 31 semanas
de gravidez e que os médicos entendam que os seus bebés venham a necessitar de
cuidados intensivos neonatais irão nascer no continente.
O Acinetobacter Baumannii tornou-se
um agente infecioso problemático pela sua capacidade de persistência e
adaptação ao meio hospitalar.
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