Em Maio de 2009 dirigi um
requerimento ao Governo Regional acerca da oferta formativa para a Graciosa.
Ali pude dar expressão a uma antiga ambição da ilha, salientando as suas
especificidades e a necessidade de se adaptarem condições para o ensino
profissional.
O Governo, na sua resposta,
entendeu, como sempre acontece, que as minhas preocupações não tinham razão de
ser e que sabiam o que faziam!
Já no ano de 2010 tive
oportunidade de, mais uma vez, deixar as minhas preocupações, intervindo no
Conselho de Ilha que preparou a visita estatutária daquele ano, e onde afirmei
que: "É sabido que o ensino profissional é um via que cada vez assume
maior importância para o futuro dos nossos jovens. Nesse sentido, torna-se
necessário adoptar políticas que permitam a mais jovens Graciosenses aceder, na
Graciosa, a uma formação que lhes alargue os horizontes e os estimule para o
empreendedorismo. A, cada vez mais sentida, desertificação humana tem inúmeras
causas e sempre o mesmo efeito devastador para o futuro desta ilha. De entre as
causas que contribuem para a desertificação está a constante saída dos jovens
Graciosenses em busca de melhor formação. Torna-se, assim, necessário dar
atenção à especificidade da Graciosa nas políticas para a formação
profissional, possibilitando que os nossos jovens se formem nesta ilha e aqui
permaneçam."
Este ano, o Conselho de Ilha
da Graciosa volta a ter uma especial preocupação com este aspecto.
É fundamental que não se
perca mais tempo às voltas com questões que podem ser resolvidas com vontade
política e empenho governamental.
Este Governo Regional já
havia "arrumado" com a escola Profissional que existia na Graciosa.
Depois, progressivamente, foi abandonando o interesse em providenciar uma
oferta formativa adequada às necessidades da ilha e adaptada às suas
especificidades.
Quando em 2009 alertei o
Governo que "não atender à especificidade da ilha Graciosa culmina muitas
vezes na ausência de respostas e acentua uma ainda maior tendência para a
resignação governamental perante as dificuldades que se deparam" procurei
que a assertividade das minhas palavras estimulasse uma reacção actuante do
Governo. Infelizmente, talvez por falta de outros deputados que acompanhassem
esta preocupação, o Governo manteve-se resignado e acomodado.
Mas os tempos são de mudança
e de novas políticas para os Açores e para a ilha Graciosa.
Estou certo de que a
razoabilidade das preocupações, mais uma vez, reafirmadas pelo Conselho de Ilha
servirá para que, depois de Outubro, um novo Governo seja capaz de ouvir a ilha
Graciosa e de dar resposta aos seus problemas.