O projecto do novo matadouro da ilha Graciosa
foi apresentado, ao fim da tarde desta terça-feira, naquela ilha, em sessão que
contou com a presença do Presidente do Governo, Carlos César. Trata-se de um
investimento governamental de mais de 3,5 milhões de euros, com um prazo de
execução de um ano, que vai melhorar substancialmente o abate, embalagem e
expedição do produto final. Conforme disse aos jornalistas, no final da
apresentação do projecto, o Secretário Regional da Agricultura e Florestas, esta
é uma solução que beneficia em muito os produtores de carne locais, por
garantir qualidade e geração de mais-valias para os produtores, que passarão a
evitar o envio de parte dos bovinos para abate e embalagem noutras ilhas, para
além dos custos advindos desse processo e da diminuição do valor causada, em
muitos casos, pelo transporte para o exterior, em vivo.
Noé Rodrigues lembrou que o Governo estava
pronto, em 2010, para avançar com uma remodelação do actual matadouro, com que
se tinha comprometido, mas, perante sugestões emanadas por várias entidades,
com destaque para as associações agrícolas locais, reconsiderou essa hipótese,
especialmente para desviar a infra-estrutura do local onde se encontra, que é
uma zona residencial. “Em colaboração com a Câmara Municipal, que teve a
possibilidade de nos indicar um terreno adequado, que foi estudado, elaborámos
o projecto que agora foi apresentado e que vai dar entrada, em breve, na
Câmara”, explicou o governante.
Segundo o calendário previsto pelo Secretário
Regional, todo o processo ficará concluído a tempo de se iniciar a obra “no
início do próximo ano”.O novo matadouro da ilha terá capacidade para responder
largamente a todas as necessidades de abate na ilha, nomeadamente por garantir
o abate, por hora, de 8 a 10 bovinos, 15 a 18 suínos e 6 ovinos ou caprinos. A
infra-estrutura conta com uma sala de desmancha e embalagem capaz de processar
cinco carcaças de bovinos por dia e quatro de suínos, e de espaços de frio que
garantem o acondicionamento de toda a produção de carne ali abatida.
João Picanço relembrou ainda que o Gado até agora
tinha que ir para a Terceira porque o Matadouro actual não tem condições, pelo
que este projecto é muito importante e estruturante para a Ilha.
O novo matadouro conta ainda com espaços de
processamento de resíduos e com uma ETAR subterrânea. Para além disso, são
criados espaços de apoio administrativo, técnico e auxiliar que dará a
possibilidade de criar 8 postos de trabalho