Alguns acontecimentos políticos geraram afirmações
avulsas sobre a ética da política Açoriana e as atitudes de alguns
protagonistas.
Para quem, vulgarmente, invoca a ética para
conformar as suas posições políticas e as suas atitudes, o surgimento como
messias da ética política tem feito do PS Açores a imagem de um crente laico ou
de um republicano dinástico!
Várias são as invocações que levam a esta
messiânica caminhada em torno de uma vontade férrea de manter o poder, pelo
preço de nada oferecer, a não ser a retórica dos valores!
Vejamos: Sob o sol brasileiro, o Presidente do
Governo veio alegrar-se com a demissão do seu delfim, qual Cordeiro sacrificado,
invocando a ética de quem se declarou disponível para, não tendo funções
executivas, se entreter com a sua promoção pessoal, para tentar ocupar um lugar
de volta ao executivo! Mas esta ética demissionária acabou por passar a ser
brindada com um vencimento público de categoria, ao nível de deputado regional,
para sustentar o exercício, a tempo inteiro, da campanha presidencial do
nomeado.
E esta venerada ética do candidato, curiosamente,
não teve por exemplo o líder que o escolheu, já que o próprio nunca abandonou o
cargo executivo que ocupava quando se candidatou a presidente. E isto não
aconteceu por uma, nem por duas, mas por três vezes. Ou seja, foram repetentes
ausências de ética por parte de quem aquilata de ético a fuga do seu protegido.
Ficámos a saber ao mesmo tempo que, para o futuro,
a mesma pessoa que se desfaz da sua responsabilidade como Governante, em nome
desta ética, se dispõe a invocar essa mesma ética em futuras nomeações. Se
quisermos roçar o ridículo de tudo isto, é o mesmo que dizer que o candidato
nomeado acha que os executivos se devem demitir, em nome da ética, seis meses
antes de terminarem um mandato caso pretendam recandidatar-se, para, assim,
serem éticos a fazer campanha eleitoral.
E isto acontece depois de uma escolha saída de uma
reunião da qual não há actas e sobre a qual poucos conhecem. Já neste caso,
anuncia-se uma ética longe da escolha dos seus pares!
Exemplos há mais, como a circunstância do líder
parlamentar do PS ver todos os líderes parlamentares dos outros partidos nos
Açores subscreverem um documento conjunto que o desmentiu publicamente por
informações ficcionadas e da mesma lavra por onde vão brotando as anunciadas
atitudes éticas do PS Açores.
São esses mesmos que colocam o seu candidato a
sair do Governo para fazer campanha, para ao mesmo tempo se anunciarem ocupados
a governar para resolver os problemas sociais dos Açores!
A ética, a outra, essa anda farta de messias!



quarta-feira, maio 02, 2012
Rádio Graciosa
