Graciosa - virar ao futuro II
Já todos sabemos que o desenvolvimento da ilha
Graciosa não será possível sem uma rede de transportes aéreos e marítimos que
sejam impulsionadores da mobilidade e das acessibilidades.
Também é facilmente aceite que a consolidação dos
Açores como região económica, assente na concretização de um verdadeiro mercado
interno, depende das políticas de transportes e na percepção de que este é um
desafio no qual não podemos ceder para tornar ilhas como a Graciosa, não só um
atractivo para investimentos, mas sobretudo potenciar a produção de bens que
criem emprego e riqueza.
Nos transportes marítimos a relação comercial da
ilha Graciosa com as ilhas do grupo central é essencial para alargar os seus
horizontes de mercado. O modelo de transportes marítimos terá de se modernizar
em termos do modelo de cargas, e sou tentado a concordar que a aposta em porta
contentores/ferrys, a navegar o ano inteiro, e fazendo a ligação de oriente a
ocidente dos Açores é aquela que melhor responde às exigências de mobilidade no
transporte marítimo nos Açores, como é referido no blogue "O Porto da Graciosa"
do Graciosense Manuel Bettencourt.
Mas se nos transportes marítimos as mudanças
exigem o empenho do futuro Governo dos Açores, nos transportes aéreos essa
questão também exige um trabalho sério na sua resolução.
O preço das passagens aéreas é uma questão que não
deixa ninguém indiferente. Pagar € 199,50 por uma viagem entre a Graciosa e o
Pico, como recentemente referiu um Graciosense, é algo que não pode continuar.
De igual modo, os preços entre os Açores e o exterior são um verdadeiro
escândalo. Ainda recentemente, um Graciosense imigrado nos Estados Unidos pagou,
em época baixa, mais de 800 dólares para chegar à Graciosa, e nem vou mencionar
a questão do peso da bagagem porque esta terá, certamente, o tratamento que se
exige no respeito pelos nossos imigrantes.
Nesta questão do preço das passagens aéreas, o PSD
pela iniciativa e empenho da Dr.ª Berta Cabral já propôs ao Presidente da
Comissão Europeia a criação de um programa POSEI para os transportes, tendo em
perspectiva baixar o preço das passagens aéreas. A proposta foi bem acolhida por
Durão Barroso e, mais recentemente, a líder do PSD anunciou a apresentação de
alterações ao relatório sobre a política de coesão das Regiões Ultra
Periféricas, para que se inclua a criação desse programa POSEI para os
transportes.
Só assim, com trabalho e apresentando soluções, se
podem mudar os Açores para melhor.
Outros dirão que também o vão fazer, mas depois de
16 anos a Governar a pergunta que se impõe é: Por que é que ainda não o fizeram?