Embora não seja do nosso
conhecimento desde quando e porquê a designação da Caldeirinha Pêro Botelho,
tudo leva a crer se dever ao facto de esse ser o nome do seu proprietário nos
séculos XVI ou XVII altura em que surgem os Botelhos na Graciosa.
A Caldeirinha Pêro Botelho trata-se de um cone vulcânico, em forma de funil, situado no flanco noroeste do maciço da Serra Branca, termo da freguesia da Luz.
No cimo, a cratera apresenta-se com
forma perfeitamente circular e o declive interior é bastante acentuado e com
pouca vegetação, só permitindo a descida a pé pelo flanco oposto àquele onde
está instalado o marco geodésico, e apenas até certa altura. Daí para baixo,
entra-se na parte cilíndrica do funil, a pique, com cerca de 35m de altura. No
fundo, a cratera já não tem a forma circular, e está quase toda coberta de
vegetação e inundada por carcaças de animais que lá caíram, ou para lá foram arremessados,
a SW abre-se um furna, com alguma dimensão, mas sem continuação, contrariamente
à “voz popular”, que diz que este se prolonga até à zona costeira de Afonso do
Porto, vários quilómetros abaixo e para noroeste.
Esta furna tem 22 metros de boca e
41 metros na sua máxima largura, e no meio dela empilham-se inúmeras pedras
provenientes de desabamento do tecto.
Será que este desabamento terá
tapado eventual algar, sumidouro da lava então expelida aquando da erupção que
originou esta caldeira? Dada a extensão do desabamento e às enormes pedras não
é possível responder a essa pergunta, mas não se acredita que seja muito
provável.
Os dados aqui referidos são os
resultados da exploração feita a esta cavidade no dia 28 de Julho de 1991 pelos
exploradores José Maria e Luis Vasconcelos.