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Rádio Graciosa


23 fevereiro 2012

Artigo de opinião intitulado “ O Carnaval ainda é o que era ” é da responsabilidade de José Ávila


O Carnaval ainda é o que era

Por estas alturas do ano recordo sempre uma conversa que ouvi da boca de um senhor de provecta idade que afirmava que, para ele, o dia mais triste do ano era aquele em que terminava o Carnaval. Sentia-se a veracidade nestas palavras por serem ditas de maneira sentida.

Os Graciosenses, de uma ou de outra forma, gostam do Carnaval, que, por cá, é festejado de uma forma diferente, com caraterísticas muito enraizadas e que, felizmente, tem sido mantidas ao longo dos anos por gente anónima que dedica muito do seu tempo às atividades dos clubes que proliferam pela ilha.

Esta festa é transversal a toda a sociedade. Desde crianças até aos idosos, todos se divertem à sua maneira e ao seu ritmo.

A alegria é uma constante. Vive-se cada dia de festa de forma intensa, deitando para trás das costas as amarguras que estes tempos difíceis nos têm trazido.

Os bailes de salão têm o seu início logo a seguir ao Natal, às vezes antes, e são frequentados por várias gerações de Graciosenses e de forasteiros, que aproveitam estes momentos para se divertirem, revisitarem velhas amizades e conviverem. Muitos destes bailes terminam já depois do nascer do sol, sempre de forma ordeira apesar de alguns excessos próprios destes momentos.

Os grupos de fantasias, vestidas a rigor e quase sempre com cores garridas, percorrem todos os clubes da ilha executando coreografias mais ou menos simples - porque a folia não combina com grandes rigores técnicos - apresentando, deste modo, o contributo que dão a esta festa que é, no fundo, de todos.

As pessoas que têm passado pela experiência de viver estes dias connosco não ficam indiferentes e reconhecem que estes momentos são inesquecíveis, pela alegria contagiante, pela diversão pura e, sobretudo, por serem muito bem recebidas.

Por isso a nostalgia sentida pelo senhor que vos falei há pouco não deve ser rara. Muitos Graciosenses e muitas pessoas que nos visitam sentirão o mesmo.

Resta-nos a certeza de que para o ano haverá mais.

Graciosa, 23 de fevereiro de 2012.

José Ávila

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