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Rádio Graciosa


06 dezembro 2011

O Espaço de Opinião de esta Terça Feira intitulado por “Gastam primeiro, perguntam depois ” é da Responsabilidade de João Costa

Gastam primeiro, perguntam depois!

Ao ler um artigo de opinião do líder parlamentar do PS na Assembleia Regional, publicado no Diário Insular do passado sábado, fiquei perplexo com a grosseria da linguagem e o despropósito dos lamentos públicos! Se é grave chamar cobarde a um opositor no calor do debate político em plenário da Assembleia, é de uma absoluta falta de nível fazê-lo na frieza de um artigo de opinião que só mancha o seu autor. Depois admiram-se das pessoas acharem que os políticos não servem para nada. E na verdade, se é para andarem apenas a ofender os adversários, não servem mesmo.

Mas veja-se até onde vai o disparate: Perante uma proposta de redução de gorduras nos gastos do Estado, em que o PSD apresentou, pelo seu líder parlamentar, um exemplo de uma fatura telefónica de milhares de euros, o PS entendeu fazer um escândalo por causa dessa fatura. Veio então, de forma teatral, o Secretário da Economia Vasco Cordeiro confirmar que só numa viagem que fez à Alemanha gastou 3330,96 euros de telemóvel. Mas se este gasto surpreende pelo excesso que representa, então o que dizer do facto do Secretário Regional ter afirmado que mandou rever o contrato com a operadora telefónica? Então não sabia qual o custo das chamadas feitas do estrangeiro?

Só se preocupou com isso depois de gastar o dinheiro?

Por outro lado, também é de realçar que o Governo dos Açores gastou em comunicações nos anos de 2009 e 2010 mais de 8 milhões de euros!!! Será que se preocuparam com o tarifário ou foi sempre a gastar?

Nestas coisas de gastos excessivos é sempre útil que se façam comparações com a vida real dos Açorianos. No ano de 2010, a média anual das pensões de mais de 50 mil açorianos foi de 3974 euros. Quer isto dizer que em apenas um mês, o Secretário Regional da Economia gastou quase tanto de telemóvel quanto os pensionistas dos Açores auferem em média durante um ano inteiro! E fê-lo sem cuidar sequer de saber quanto é que custava a utilização do telemóvel quando se desloca ao estrangeiro!

Era de bom tom que o Secretário Regional, ao invés de querer justificar o injustificável, pedisse desculpa aos Açorianos pelo tempo que já leva de governo regional em que fez este tipo de gastos com a leviandade de quem já exerce o poder há tempo demais. Mas já sabemos que isso não irá acontecer. O que lhe interessa é atacar quem alerta para este tipo de esbanjamentos e quem se apresenta como alternativa a este tipo de governação. Foram governos como este, que gastam primeiro e perguntam depois, que levaram Portugal, já por três vezes, à condição de pedinte. É bom que não esqueçamos isso!

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