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Rádio Graciosa


13 setembro 2011

Artigo de Opinião de João Costa intitulado “Entregues à sorte?”.

Entregues à sorte?

No próximo dia 9 de Outubro, cumpre-se um ano desde que o mar agitado destruiu parte do cais do Porto de Santa Cruz, na ilha Graciosa, expondo ainda mais a Vila de Santa Cruz a futuras intempéries..
Tenho várias vezes ouvido que obras de mar devem ser realizadas preferencialmente de verão dadas as inúmeras vantagens em que assim aconteça.
No entanto, quase um ano cumprido desde o temporal que se abateu sobre a Vila de Santa Cruz, o Governo limitou-se a retirar a parte do porto que caiu ao mar, e fez constar no comunicado do conselho do governo, aquando da sua visita estatutária, que iria mandar elaborar um projecto (sabe-se lá a quem ou quando) para a consolidação daquele porto.
Nós já sabemos, pela voz do principal deputado do PS eleito pela Graciosa, que os comunicados do governo não merecem grande importância, como o próprio afirmou recentemente na Assembleia Regional, mas o que importava realmente era que se tivesse aproveitado o bom tempo que brindou os Açores nos últimos meses para concretizar uma obra que é de extrema importância para a protecção costeira da Vila Graciosense.
Diga-se, em abono da verdade, que a Vila de Santa Cruz tem sido desprezada em termos de protecção costeira e de requalificação da sua zona marítima. Continuamos à espera da concretização da protecção costeira da Rua do Mar e Degredo, apesar dos muitos anos passados sobre estas promessas, e desesperam agora os habitantes daquela zona desejosos que o fim de verão não traga males de maior.
É de lamentar que assim seja. A Vila de Santa Cruz continua de costas voltadas para a sua zona marítima e a Rua do Mar, que já espera há largos anos pela sua requalificação, fica abandonada à sua sorte aguardando que alguém se lembre que escreveu nos comunicados do Governo que aquelas obras eram para se fazer.
Os Graciosenses sabem bem o que é esperar que um qualquer acto eleitoral traga a resolução de algum problema mais polémico e que suscite a necessidade de garantir alguns votos que vão fugindo. E nem as tentativas para fazer dos outros o espelho dessa forma de estar na política, como fez no fim-de-semana o presidente do PS Açores, podem esconder aquilo que já todos sabem na ilha Graciosa.
Mais do que as questões políticas e as responsabilidades de quem se distrai a dar o dito por não dito, está em causa a segurança de pessoas e bens, a par do bem-estar de quem tem o privilégio de viver nesta maravilhosa ilha Graciosa.

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