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Rádio Graciosa


14 junho 2011

Artigo de Opinião de João Costa intitulado “Açores Agrícolas”.

Açores Agrícolas

O Presidente da República dedicou parte do seu discurso do dia de Portugal, e um artigo no "Expresso", à agricultura, em especial aos jovens agricultores.

É um desígnio e uma obrigação nacional!

É, também, uma incontornável necessidade se nos concentrarmos nos Açores e nas suas especificidades, tradição, e vocação.

Os Açores agrícolas são a melhor aposta para um futuro sustentável, onde a terra não é só alimento e paisagem, mas constitui um embrião de desenvolvimento, de economia e de criação de riqueza.

Os jovens agricultores, nas palavras de Cavaco Silva, "ocuparão a linha da frente de um vasto e patriótico movimento nacional que coloque a agricultura como um sector fundamental para a sustentabilidade futura do nosso país",

Existem já bons exemplos de uma interessada inclusão dos jovens no mundo rural, incrementando o sector e constituindo factor de esperança para o futuro.

É o caso da ilha Graciosa, em que existe uma importante adesão de jovens ao empreendedorismo agrícola, em especial na lavoura.

É essencial que se percorra o restante do caminho para que possamos voltar à terra e tirar dela o que ela tem para nos dar, numa perspectiva de sustentabilidade económica, ambiental e até social.

A inovação, a deversificação, o apoio técnico no terreno, a correcta política de apoios e a desburocratizaçao são vertentes que devem deixar de ser conceitos para passar a ser práticas sem mais perda de tempo e indefinições.

Para isso não se pode dificultar o acesso à profissão, como acontece com o recentemente aplicado regime do código contributivo que, também aqui, merece uma revisão e um aperfeiçoamento.

Aliada esta a outras medidas que possibilitem um encontro entre a técnica, o conhecimento e a inovação, contribuindo para uma relação de custos na produção compatível com as especificidades de vivermos em ilhas, podemos ambicionar um regresso à terra pautado pelo progresso, pelo desenvolvimento económico e pela coesão social.

Sábias palavras de um Presidente com os olhos postos no futuro e apostado em ser motor de vontades políticas que assumam esta nossa vocação natural pela imprescindibilidade que representa, tal como o mar que os rodeia!

Os açores agrícolas são o passo que pode ser dado, que já devia ter sido dado, e que não se pode deixar de dar, sob pena de não termos outras oportunidades para assegurar um melhor futuro!

É necessário ainda percorrer um longo caminho, só possível com um correcto olhar para esta realidade, um olhar semelhante ao que nos dá o Presidente dos portugueses, sem receios, sem entraves, sem ideologias e sem interesses sobrepostos.



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