Na passada semana, o PSD levou ao parlamento dados cujo conhecimento devia ser um alerta, ao mesmo tempo que uma constatação. Segundo dados oficiais das finanças, os Açores tinham em números do IRS, cobrado em 2008, metade dos agregados familiares inseridos no primeiro escalão do imposto, ou seja, com um rendimento colectável de cerca de 4600 euros anuais! Por outro lado, mais de 51 mil pensionistas recebiam, segundo o INE , uma média anual de pensões na ordem dos 3700 euros. Acresce que, segundo a comunicação social, os Açores apresentaram em 2010 cerca de 31 mil famílias a viver com um rendimento bruto mensal inferior a 540 euros. Este retrato económico-social das ilhas contrasta com a Governação do PS dos últimos 15 anos. Durante este tempo, o Governo gastou mais de 20 mil milhões de euros. Esse dinheiro devia ter servido para retirar os Açores da cauda do País e da cauda da Europa quando olhamos para os índices de desenvolvimento humano, de poder de compra, do valor das pensões, dos números do RSI ou dos indicadores de pobreza que assumem um significado verdadeiramente ofensivo. Mas não, o PS limita-se a dizer que estamos melhor que estávamos em 1996. Pudera, também em 1996 estávamos melhor do que em 1975 e sem termos gasto tantos milhões! A questão não é passarmos a vida a olhar para o antes de 1996, aliás, não faz qualquer sentido um Governo e um partido que exercem o poder há 15 anos e depois de gastarem mais de 20 mil milhões de euros estarem sempre a desculpar-se com o que eram os Açores em 1996. A questão principal é mesmo o facto de não sairmos do fim da tabela. É como ter uma equipa de futebol que todos os anos gasta mais dinheiro, gasta mais do que os outros e continua a ficar no último lugar. O ridículo é o treinador dessa equipa, e todos os seus colegas, dizerem que continuam em último porque há 15 anos não estávamos bem. Quando os indicadores oficiais nos continuam a demonstrar que continuamos a ser os que menos ganham e os que mais dificuldades passam, não se pode deixar de pensar no esbanjamento de dinheiro em que o actual Governo é fértil. Desde as festas com champanhe Francês e caviar, até às viagens de milhares de euros para passeio de vaidades mais ou menos oficiais, o poder do PS tem sempre surpreendido. Neste aspecto, o caminho percorrido não se mostra diferente do seguido por Sócrates e pelo PS nacional. Destes, que por acaso até Governaram 13 dos últimos 15 anos em Portugal, já todos sabemos que juntos conseguiram arruinar o país. Lá, como cá, não podemos continuar a aceitar as verdades do PS (mais conhecidas como mentiras). Lá, como cá, é tempo de mudar!
João Bruto da Costa



terça-feira, março 29, 2011
Rádio Graciosa
