
O centro do nosso mundo.
Está à porta mais uma BTL, a bolsa de turismo que notabiliza os Açores pelo dinheiro que ali se gasta na promoção das Ilhas!
A estratégia parece continuar a apostar nos mesmos mecanismos de promoção que passam por dar festas, fazer festas, só faltando pedir festas!
Este ano já lá vão, ” pra começar”, 147 mil euros num ajuste directo com a “Desafio Global Ativism”, para a prestação de serviços para realização da Festa Açores na BTL 2011.
Bem ou mal eles vão ser gastos, e a gastar o Governo Regional é especialista, um especialista que faz escola, ora com protecções e mais milhões nas Portas do Mar, ora com festas e outros investimentos altamente reprodutivos, fundamentais para o desenvolvimento das políticas, - as deles, claro está!
Mas na repetição da receita, e com a crise social a marcar os resultados de mais de década e meia de socialismo, muitas vezes a roçar o autocrático tal o servilismo que gravita em volta do poder, que dele teme ou que dele necessita, entramos na parte final da quarta legislatura do mesmo governo regional, com velhos problemas por resolver: sejam a pobreza, ou o envelhecimento das ilhas mais isoladas, o baixo poder de compra, agora com desemprego e com desesperança perante o aparente oásis de recursos que são os serviços do Governo que promovem as tais festas, as que se dão a promover as ilhas, essas mesmas ilhas que desesperam pelo prometido crescimento.
De compromisso assumido em compromisso cumprido, o Governo Regional perdeu o objectivo do desenvolvimento, de criação de riqueza e de ter nos Açores um índice de desenvolvimento humano compatível com a opulência demonstrada nas festas de promoção turística. Diz-se que é assim que deve ser. Pois! Claro que sim! E portanto está tudo bem, é tudo bem feito e vamos andando!
Só não sabemos para onde!
E não o sabemos porque já era altura de nos termos livrado dos graves problemas que afectam uma Região que, de excelência vai mostrando paisagem, com gentes continuamente à espera, com um sorriso e paciência de santo!
É mesmo tempo de passar adiante, de olhar para a frente, de erguer a cabeça e perceber que já nada são rosas!
Por entre as taças de champanhe e as ovas de esturjão há uma região que merece voltar a ter objectivos e quem lhes dê execução, com gentes que mais do que um mau índice nas estatísticas tem brio na sua existência atlântica, o centro do nosso mundo!
João Bruto da Costa
22 fevereiro 2011
Artigo de Opinião de João Costa.
terça-feira, fevereiro 22, 2011
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