
"A transferência de embriões existe há muito tempo nos Açores, mas com embriões importados. O que estamos agora a fazer é produzir os embriões em ver de os importar", afirmou o secretário regional da Agricultura, Noé Rodrigues, em declarações à Agência Lusa.
O programa, que está a ser desenvolvido em colaboração com a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, começou há dois anos com a selecção dos animais em que seriam realizados os transplantes embrionários.
Estes animais cumpriram um programa específico de que resultaram cerca de 20 novilhas de alto valor genético, que Noé Rodrigues considera serem "um orgulho" de animais.
"Agora estamos a avançar para o passo seguinte, que é fazer destas novilhas produtoras de embriões", afirmou, salientando que estes embriões de alta qualidade se destinam aos produtores de todo o arquipélago, mas também para exportação, gerando uma nova fonte de receitas.
Nesse sentido, foi lançado o Programa de Ovulação Múltipla e Transferência Embrionária de Bovinos (OMTE), para a produção 'in vivo' de embriões de segunda geração.
"Já iniciamos o processo de ovulação múltipla das novilhas e já conseguimos produzir os primeiros embriões", revelou Noé Rodrigues, destacando as elevadas taxas de sucesso que têm sido obtidas.
"A taxa de sucesso do transplante embrionário a nível internacional está abaixo dos 50 por cento, mas na Graciosa temos uma taxa de 65 por cento", frisou, acrescentando que, ao contrário do que sucede habitualmente, as novilhas açorianas não estão fechadas em centros especializados mas "andam ao ar livre, nas pastagens".
Em simultâneo com a produção de embriões, vai ser instalada na Graciosa uma Unidade de Transferência Embrionária, associada a um Centro de Recria de Novilhas, que permitirá a venda para o exterior de animais vivos com alta qualidade genética.
"O objetivo é atingir a excelência do animal de produção e criar novas oportunidades de negócios", afirmou Noé Rodrigues, recordando que estes animais "são muito valorizados" dado que as explorações leiteiras não criam animais, compram-nos já em condições de produzir leite.
O secretário regional da Agricultura assegurou, no entanto, que o papel do executivo se limita ao lançamento deste programa, frisando que, logo que seja auto sustentável, passará para as mãos dos produtores.