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Rádio Graciosa


23 fevereiro 2008

Problema da desertificação e necessidade de melhores transportes são primeiras conclusões do Congresso de Economia da Graciosa.

O Congresso de Economia da Graciosa desenrolou-se ontem com a realização das primeiras palestras do evento.
O presidente da Câmara Municipal aproveitou a sessão de abertura para referir a importância do evento, em especial no que diz respeito a mostrar as potencialidades da Graciosa e da troca de experiências dos três dias poderão sair novas possibilidades e oportunidades.
José Cunha, presidente da Associação Cultural Festa Redonda falou dos objectivos do festival, que são sobretudo incentivar e promover a economia local.
Laura Matos, da organização do Festival, apresentou o Festival Festa Redonda e dos Açores como palco desta iniciativa. No fundo o objectivo é dar voz a quem não tem voz, tal como frisou Laura Matos a cerimónia de abertura.
A primeira palestra do Congresso, intitulou-se “Breve caracterização sócio-económica e cultural”, por Jorge Cunha.
Ainda na manhã, Luís Henrique Silva apresentou a palestra sobre “a realidade do sector agro-pecuário na Graciosa”. Este conhecedor da agricultura falou da realidade da ilha Graciosa como Ilha envelhecida, em que 30% da população tem mais de 65 anos.
Na agricultura graciosense, ficou-se a conhecer que ao invés de outros sectores, a agricultura continua em crescimento na Graciosa, com destaque para a qualidade dos produtos. No mercado da carne, referiu o facto de se exportar gado vivo, quando se deveria investir na transformação de carne, que conjugado com bons transportes, seria uma boa aposta.
Sobre o facto da Graciosa ter o mais elevado estatuto de sanidade animal, o B4, factor do qual a Graciosa não tem tido os devidos benefícios.No início da tarde retomou-se os trabalhos e começou-se com a palestra proferida por Carlos Brum intitulada “Perspectivas para o futuro do sector comercial na Graciosa”.
Segundo Carlos Brum a Graciosa necessita de novos mercados e para que isso aconteça é necessário haver um grande esforço e investigação para que se possa apostar nas áreas certas.
Os graciosenses preverem os produtos de outros locais aos da nossa ilha, e esta situação precisa ser invertida, já que está a prejudicar a economia da Graciosa.
Na opinião de Carlos Brum o turismo não será no futuro a nossa salvação, porque todos os sectores são importantes para o nosso desenvolvimento.
“A importância do sector das pescas na micro-economia da Graciosa”, foi exposta por João Ataíde, Presidente da Associação de Pescadores Graciosenses. Segundo João Ataíde a associação de pescadores está a funcionar da melhor forma e aproveitou também a ocasião para se congratular com as obras realizadas no Porto de Pescas. Ainda frisou que o facto de ainda não termos uma Marina só prova que a Graciosa continua esquecida.
A última palestra de ontem “sobre os transportes marítimos e aéreos e os problemas no escoamento do pescado, foi proferida por Valentino Benjamim.Este armador e comprador de pescado, deu exemplos com que se deparam semanalmente os pescadores da Graciosa, para conseguir exportar o seu pescado, o que raramente conseguem fazer nas datas pretendidas e nas quantidades desejáveis. Estas dificuldades fazem com que o pescado desça o seu valor comercial, não deixando satisfeitos os seus compradores do continente e outros países da Europa.
Neste Sábado, realizam-se as últimas palestras.
A primeira realizou-se esta manhã, tendo como tema “O empreendedorismo como solução de emprego em economias de pequena escala, o exemplo da Graciosa” que esteve a cargo de António Carizo, professor da Universidade de Aveiro.
António Carizo, falou de empreendedorismo em várias vertentes, na vertente educacional, social e também a nível de soluções.
Na vertente educacional pretende-se criar aos alunos condições para que estes sejam mais empreendedores, a nível social pretende-se que as instituições públicas criem mecanismos de apoio a todos os que querem abrir empresas.
Segundo este professor universitário, um dos objectivos do empreededorismo é realmente a criação de empresas, e a nível de soluções permite que haja uma dinâmica económica completamente diferente sobretudo em meios rurais.
A apresentação da palestra “O turismo nas ilhas de coesão e o turismo rural na ilha Graciosa”, estará a cargo de Aldino Melo e Leopoldo Moniz.
O período da tarde começará pelas 14h30 com palestra de Luís Soares, sobre o associativismo na produção, seguindo-se os desafios do futuro nas várias áreas da economia por Luís Vasco Gregório.A última palestra do Congresso será sobre agricultura, com João Picanço a falar sobre a Adega e Cooperativa Agrícola da Graciosa e as culturas da vinha e vinho na ilha. Finalmente sobre as culturas da Graciosa, vinho, alho e meloa, irá debruçar-se Ana Margarida.A sessão de encerramento está marcada para as 17h45, e será da responsabilidade de José Aguiar, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa e com a presença de Arnaldo Machado, Director Regional de Apoio à Coesão Económica, em representação do Governo Regional dos Açores, cujo discurso será com certeza muito aguardado pelos presentes, esperando-se algumas respostas aos problemas debatidos no Congresso.À noite haverá espaço para a cultura, com actuação de folclore e pelas 23 horas concerto de punk-rock, com a Banda Fitacola.No Domingo os congressistas aproveitarão para fazer uma visita guiada pela ilha e na cultura será exibido pelas 21h30, a peça de teatro de Rui Neto.

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