Flores e Santa Maria recebem quatro vezes mais que a Graciosa

O Conselho de Ilha Graciosa reuniu ontem nos Paços de Concelho, para emitir parecer sobre a anteproposta do Plano regional Anual para 2008.
O plano para o próximo ano, projecta para a Graciosa uma verba de 25 milhões, 408 mil e 348 euros, quantia superior às dos últimos 3 anos, pois em 2005 o valor foi de 13 milhões, 118 mil euros.
Em 2006 a Graciosa recebeu 16 milhões e 300 mil euros e este ano o investimento foi de 16 milhões e 894 mil euros.
Apesar do aumento significativo da verba destinada às obras do Governo Regional na Graciosa, o Conselho de Ilha mostrou-se preocupado com situações anunciadas na última visita do Governo e para as quais não existe verba e quando aparece é insuficiente para a sua execução.
Na reunião de ontem, os conselheiros traziam o documento devidamente estudado, tendo sido apresentados dois pareceres, que receberam aprovação unanime pelo Conselho de Ilha.
José Aguiar, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, refere no seu parecer que existem compromissos assumidos pelo Governo que não tem verba no plano para o próximo ano. Exemplos apresentados foram os da requalificação do Largo da Beira-Mar da Vitória, reabilitação de 3,4 km de estrada, que inclui Caminhos da Igreja, Courelas e Aeroporto e ainda obras do Caminho da Limeira.
No âmbito das Ilhas de Valor, estão destacados 1 milhão e 200 mil euros para as Termas do Carapacho e 1 milhão para equipamentos do Hotel, verbas que caso saiam dos apoios à coesão a obra do hotel poderá ser retarda, uma vez que custa mais de 5 milhões de euros.
A anunciada aquisição de terrenos para construção do novo centro de Saúde, é outra situação verificada como não orçamentada.
As Associações Agrícolas, apresentaram pela voz de João Mendonça um parecer sobre os investimentos na agricultura, verificando-se também obras anunciadas e para as quais não existe verba em 2008. São elas o abastecimento de água à lavoura, caminhos agrícolas, caminho da Serretinha, acesso à Furna de Enxofre e Caldeira.
Na Sanidade Animal e Vegetal e modernização das explorações agrícolas, a Graciosa fica para trás quando comparadas com outras ilhas do Arquipélago, semelhantes à nossa, como é o caso das Flores e Santa Maria que recebem quatro vezes mais que a Graciosa e o dobro no caso da ultima. Segundo o parecer das Associações Agrícolas, são poucos os apoios destinados à cultura de vinho, alho e meloa.
A necessidade de novas políticas para os transportes aéreos e marítimos foram objecto ainda de uma chamada de atenção, com a necessidade de voo ao Domingo durante todo o ano.
No geral o Conselho de Ilha considerou o aumento de verbas para a Graciosa bom, mas ressalvando que os investimentos que foram anunciados há pouco mais de um mês, esperando que estes se concretizem.
Luís Reis, presidente do Conselho de Ilha, referiu no final da reunião, que a maioria das coisas anunciadas na visita do Governo não tem verbas, concluindo-se que algumas poderão mesmo não passar de promessas.
O presidente do Conselho de Ilha disse ainda que vai aguardar para ver se algumas alterações vão ser feitas ao documento, não sendo mais do que obrigação do Governo fazer aquilo que prometeu aos graciosenses.
Conselho de Ilha preocupado com assuntos importantes, para os quais o Governo apresentou na ultima visita à Graciosa algumas soluções, que poderão não ser concretizadas tal como foi prometido.