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Rádio Graciosa


12 outubro 2007

Ampliação do porto comercial a gerar dúvidas da sua operacionalidade.


Os Graciosenses continuam a suportar as consequências da construção do seu porto comercial, na actual localização.
O Governo Regional acaba de anunciar esta semana a abertura de concurso público para ampliação do Porto Comercial da Graciosa.
O projecto, apresentado na última visita do Governo Regional à Graciosa, consta da ampliação do respectivo cais para 220 metros, à quota de -6,5 metros, o que resultará na disponibilização de dois postos de amarração.
Além disso, manter-se-ão 50 metros de cais com profundidades entre os 3,5 e os cinco metros.
Os Comandantes dos navios que navegam nos mares açoreanos e pilotos de barra, conhecem bem as dificuldades que o Porto Comercial da Graciosa oferece à navegação.
Lisuarte Machado, comandante da marinha mercante, navegou durante muitos anos entre as ilhas dos Açores, durante mais de 5 anos foi comandante do Vitorino Nemésio, tendo efectuado centenas de operações no Porto da Graciosa.
Conhecedor como ninguém dos condicionalismos do Porto da Graciosa, Lisuarte Machado falou à Rádio Graciosa das dificuldades das manobras no nosso porto, sendo que a curvatura do porto e um enrocamento em pedra tornam a bacia de manobra muito limitada. Mesmo depois do navio estar atracado, quando o vento muda de direcção, muitas vezes existem dificuldades em manobrar e conseguir deixar o porto em segurança.
Este comandante disse ainda, que, no entanto, os acidentes que tem havido não se tem prendido com os problemas do porto em si, mas razões de outra ordem, o que no entanto não implica que as obras não sejam necessárias.
Lisuarte Machado, revelou à Rádio Graciosa ter ficado preocupado, quando conheceu o projecto das obras para o Porto, visto que a estratégia adoptada de acrescentar o porto recorrendo a placas suspensas, situação que se encontra em muitos portos pelo mundo fora, poderia provocar um problema na Graciosa. O facto dos navios que operam nas nossas ilhas serem de borda baixa, como acontece até com os navios de combustível, poderia fazer com que depois de atracados, com a corrente marítima fossem arrastados para debaixo dessas placas.
Utilizando a sua posição como actual deputado do PS pela Ilha do Pico, Lisuarte Machado disse ter alertado Duarte Ponte, Secretário Regional da Economia para esse facto, ao que o governante logo falou com os técnicos responsáveis pelo Projecto. Mais tarde em contacto com Lisuarte Machado, garantiu que essa situação vai ser salvaguardada.
As obras são necessárias, segundo Lisuarte Machado e no geral vão melhorar as condições do Porto Comercial da Graciosa.
O facto do porto da Graciosa estar por assim dizer na “lista negra dos portos açoreanos”, poderá melhorar, depois destas obras que deverão arrancar em 2008, para que a Graciosa fique menos penalizada em termos marítimos.
Ainda sobre as obras de ampliação do porto comercial, a Rádio Graciosa falou com Francisco Borgia, gerente dos Transportes Marítimos Graciosenses (TMG), empresa que abastece maioritariamente a Ilha.
No seu entender deste transportador, este projecto apresentado pelo governo regional não é o mais adequado para a Graciosa, já que não apresenta as melhores soluções para a nossa ilha.
Francisco Borgia acrescentou que segundo informações que colheu, o projecto de ampliação vai ser revisto.
Para Francisco Borgia, o facto de irem colocar pilhares cobertos com placas vai condicionar principalmente a atracagem dos navios de pequena e média dimensão, e na sua opinião o mais provável será que estes pilhares não suportem a força das ondas, e a nível das correntes marítimas também pensa que não vai melhorar.
Francisco Borgia, terminou dizendo que realmente acredita que só irá realmente melhorar as manobras dos grandes navios, e que este projecto de uma forma geral, não serve para a nossa ilha.

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