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Rádio Graciosa


20 julho 2006

Aprovação final da Lei Eleitoral é "dia negro para democracia"

O PSD/Açores afirmou hoje que a votação final da revisão da Lei Eleitoral do arquipélago, prevista para hoje no Parlamento, constitui um "dia negro para democracia", devido à falta de consenso com o PS.
"Pela primeira vez, em trinta anos de regime democrático, uma Lei Eleitoral será alterada sem acordo entre os dois partidos de alternativa política", salientou o líder do PSD/Açores, que falava em conferência de imprensa em Ponta Delgada.
A alteração ao sistema eleitoral do arquipélago, que prevê a criação de um círculo regional que elege cinco deputados, a juntar aos 52 já existentes, deverá ser aprovada quinta-feira na Assembleia da República, com os votos contra do PSD.
A proposta de revisão da Lei Eleitoral dos Açores, aprovada na região com a discordância do PSD, prevê o aumento para 57 do número de deputados regionais, devido à criação de um círculo regional de compensação, a juntar aos nove de ilha já existentes, que elege cinco mandatos.
Com estas alterações, pretende-se melhorar a proporcionalidade do sistema, reduzindo o risco do partido mais votado em legislativas regionais não obter, porém, o maior número de lugares no parlamento açoriano.
Segundo Carlos Costa Neves, o PSD/Açores "tudo fez" para chegar a um consenso com o PS nesta matéria na região e chegou mesmo a aceitar o círculo de compensação regional previsto na proposta que saiu do parlamento açoriano, mas os socialistas "mantiveram-se intransigentes".
Naquilo que considerou ser um "derradeiro esforço" para um entendimento, Costa Neves disse que o PSD/Açores chegou a reunir-se com o PS já este mês, encontros que se mostraram infrutíferos, uma vez que os socialistas "persistiram numa solução errada, que aumenta para 57 o número de deputados".
O PSD "propôs aceitar um círculo de compensação", apesar de discordar desta solução, "desde que não houvesse aumento do actual número de deputados", assegurou o dirigente social-democrata, para quem a "maioria da população não compreende" que a Assembleia Regional passe a ter mais cinco parlamentares. Costa Neves criticou, ainda, os restantes partidos que apoiaram a solução encontrada para melhorar a proporcionalidade do sistema eleitoral, alegando que apresentaram uma "posição oportunista", mais preocupados em "alcançar um meio que lhes permita obter assento parlamentar".

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