Em pouco mais de ano e meio, os açorianos foram e serão chamados a escolhas decisivas para os destinos da sua Região e do País. Desde as eleições Europeias e das eleições Regionais, no ano de 2004, até às Presidenciais, já em Janeiro próximo, passando pelas Legislativas e pelas Autárquicas, foi possível avaliar propostas, considerar circunstâncias, apreciar criticamente o desempenho de uns e os propósitos de outros, num compromisso de responsabilização global que abrange tanto os agentes políticos e a credibilidade da sua acção, como também o conjunto dos cidadãos, humana e civicamente empenhados no tratamento da coisa pública.
Estabelecido, assim, um quadro político e institucional estável e presumivelmente duradoiro, enquanto tal, parecem agora seguras as bases a partir das quais urge afrontar os complexos problemas com que se debate o país e que, directa ou indirectamente, não deixam de atingir também a Região Autónoma dos Açores.
Desde logo, os que se prendem com o arrefecimento, quando não mesmo estagnação, da economia e com o descontrolo, ainda preocupante, das contas públicas, a exigirem rigor na acção e permanente esclarecimento junto das populações com vista a captar a sua adesão crítica, informada e responsável, às indispensáveis estratégias de intervenção. Mas também os problemas de natureza essencialmente política, sentidos tanto na cena internacional como no espaço nacional onde nos situamos. A dimensão religiosa - real nuns casos, usada como pretexto noutros - reconhecida aos mais graves conflitos do nosso tempo e a importância que aí adquire a ameaça terrorista à escala mundial; a incerteza relativamente ao equilíbrio de poderes no contexto internacional; a violação de direitos fundamentais; as questões ambientais; a pobreza e a fome, constituem, entre outros, sérios motivos de preocupação neste final de ano.
Entretanto, na ordem interna, é a própria credibilidade do Estado que importa reforçar, procurando-se o reencontro da confiança na política e nos seus agentes e afirmando-se, em verdade, uma nova ética de serviço público.
Estes são apenas alguns dos problemas que nos afectam e que, como problemas ainda, nos aguardam no começo do Novo Ano.
Creio, todavia, que à dimensão do desafio por eles lançado, pode bem fazer-se corresponder uma resposta de sentido positivo.
Para isso é, porém, indispensável, agora mais do que nunca, a participação empenhada da sociedade civil, dos cidadãos enquanto tais, ora debatendo, ora reclamando informação, ora assumindo, na acção, parte da responsabilidade da mudança, ora, ainda, procurando reforçar o conhecimento para poderem agir mais responsavelmente e avaliar, com outra dimensão e com maior legitimidade, a prática dos que têm por missão agir em nome e na defesa do interesse público.
É nisso que consiste, verdadeiramente, o conceito de cidadania activa.
É disso, também que se alimenta a democracia moderna, aí se devendo fazer radicar a esperança em melhores tempos, para que esta não seja apenas uma palavra de mera retórica, repetida em rituais de circunstância.
Ora, os Açores e os Açorianos têm sabido ser disso, sempre, um bom exemplo, pelo que, a esperança adquire aqui um sentido de coisa prática.
Sem deixar de sofrer as consequências dos problemas mais gerais que atingem o País, a Europa e o Mundo, estes conhecem na Região uma dimensão bem menos grave, isso se devendo, sem dúvida, a razões políticas, cívicas, sociais e humanas que relevam das virtudes próprias dos Açorianos e que estes têm podido colocar, com êxito, ao serviço dos seus mais próximos.
E tal não é apenas fundamento de esperança na semente nova que importa deitar à terra. Isso é já fruto do semeado e, por isso, constitui já certeza e segurança para o futuro.
Ao iniciar-se um Novo Ano, o que importa não é, pois, porventura, fazer diferente, mas sim melhorar, aprofundando a discussão pública, alargando ainda mais o debate político, desenvolvendo mais profundamente a participação cívica e a intervenção social, continuando a garantir a transparência na acção política e, por essa via, a circulação da informação essencial ao exercício de uma cidadania responsável.
Daí que, num momento em que cabe formular votos de felicidade e desejar para todos um Bom Ano Novo, nada melhor do que procurar contribuir, ainda que muito modestamente, para a elevação da qualidade da condição humana e, assim, para o aprofundamento da dignidade que se extrai do reconhecimento da importância de cada pessoa na sua relação comprometida com os outros.
Que neste Ano de 2006, todos sejamos, pois, capazes, na medida de cada um de nós, de assim fazer. Aqui, com os que cá estão, e por esse mundo fora onde houver uma Açoriana ou um Açoriano e onde a língua que nos é comum seja já um primeiro abraço de Boas-Festas.
Um Bom Ano para todos!
Laborinho Lúcio,
Ministro da República.
Estabelecido, assim, um quadro político e institucional estável e presumivelmente duradoiro, enquanto tal, parecem agora seguras as bases a partir das quais urge afrontar os complexos problemas com que se debate o país e que, directa ou indirectamente, não deixam de atingir também a Região Autónoma dos Açores.
Desde logo, os que se prendem com o arrefecimento, quando não mesmo estagnação, da economia e com o descontrolo, ainda preocupante, das contas públicas, a exigirem rigor na acção e permanente esclarecimento junto das populações com vista a captar a sua adesão crítica, informada e responsável, às indispensáveis estratégias de intervenção. Mas também os problemas de natureza essencialmente política, sentidos tanto na cena internacional como no espaço nacional onde nos situamos. A dimensão religiosa - real nuns casos, usada como pretexto noutros - reconhecida aos mais graves conflitos do nosso tempo e a importância que aí adquire a ameaça terrorista à escala mundial; a incerteza relativamente ao equilíbrio de poderes no contexto internacional; a violação de direitos fundamentais; as questões ambientais; a pobreza e a fome, constituem, entre outros, sérios motivos de preocupação neste final de ano.
Entretanto, na ordem interna, é a própria credibilidade do Estado que importa reforçar, procurando-se o reencontro da confiança na política e nos seus agentes e afirmando-se, em verdade, uma nova ética de serviço público.
Estes são apenas alguns dos problemas que nos afectam e que, como problemas ainda, nos aguardam no começo do Novo Ano.
Creio, todavia, que à dimensão do desafio por eles lançado, pode bem fazer-se corresponder uma resposta de sentido positivo.
Para isso é, porém, indispensável, agora mais do que nunca, a participação empenhada da sociedade civil, dos cidadãos enquanto tais, ora debatendo, ora reclamando informação, ora assumindo, na acção, parte da responsabilidade da mudança, ora, ainda, procurando reforçar o conhecimento para poderem agir mais responsavelmente e avaliar, com outra dimensão e com maior legitimidade, a prática dos que têm por missão agir em nome e na defesa do interesse público.
É nisso que consiste, verdadeiramente, o conceito de cidadania activa.
É disso, também que se alimenta a democracia moderna, aí se devendo fazer radicar a esperança em melhores tempos, para que esta não seja apenas uma palavra de mera retórica, repetida em rituais de circunstância.
Ora, os Açores e os Açorianos têm sabido ser disso, sempre, um bom exemplo, pelo que, a esperança adquire aqui um sentido de coisa prática.
Sem deixar de sofrer as consequências dos problemas mais gerais que atingem o País, a Europa e o Mundo, estes conhecem na Região uma dimensão bem menos grave, isso se devendo, sem dúvida, a razões políticas, cívicas, sociais e humanas que relevam das virtudes próprias dos Açorianos e que estes têm podido colocar, com êxito, ao serviço dos seus mais próximos.
E tal não é apenas fundamento de esperança na semente nova que importa deitar à terra. Isso é já fruto do semeado e, por isso, constitui já certeza e segurança para o futuro.
Ao iniciar-se um Novo Ano, o que importa não é, pois, porventura, fazer diferente, mas sim melhorar, aprofundando a discussão pública, alargando ainda mais o debate político, desenvolvendo mais profundamente a participação cívica e a intervenção social, continuando a garantir a transparência na acção política e, por essa via, a circulação da informação essencial ao exercício de uma cidadania responsável.
Daí que, num momento em que cabe formular votos de felicidade e desejar para todos um Bom Ano Novo, nada melhor do que procurar contribuir, ainda que muito modestamente, para a elevação da qualidade da condição humana e, assim, para o aprofundamento da dignidade que se extrai do reconhecimento da importância de cada pessoa na sua relação comprometida com os outros.
Que neste Ano de 2006, todos sejamos, pois, capazes, na medida de cada um de nós, de assim fazer. Aqui, com os que cá estão, e por esse mundo fora onde houver uma Açoriana ou um Açoriano e onde a língua que nos é comum seja já um primeiro abraço de Boas-Festas.
Um Bom Ano para todos!
Laborinho Lúcio,
Ministro da República.



domingo, janeiro 01, 2006
Rádio Graciosa