No segundo dia do debate sobre o Plano e Orçamento do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) para 2024, o deputado do PS, José Ávila, subiu á tribuna para falar de transportes.
O deputado eleito pela Graciosa começou por falar do estado das empresas desta área, em que a “SATA perdeu a sua presidente e mais um membro da Administração”, “a Atlanticoline anda de concurso em concurso para as mesmas embarcações elétricas cujas soluções logísticas ninguém conhece nem sabe quem as vai construir” e “a Portos dos Açores tem apenas um presidente, mas mesmo assim este está em trânsito para a bolsa de técnicos especialistas do Governo”.
O deputado eleito pela Graciosa disse que “com um sector assim, não há planeamento que resista” e “esta coligação está em funções há cerca de 4 anos e é importante esclarecer se foram concretizados os contratos de gestão com os gestores públicos afetos ao Sector Público Empresaria Regional, conforme está previsto”.
Relativamente ao Transporte Marítimo de Mercadorias, José Ávila acusou o Governo da coligação de abandonar “um estudo que tinha encomendado e chegou à conclusão de que o atual modelo é adequado, mas com necessidade de introduzir algumas alterações”, sem se detetar nenhuma mudança até agora, pelo contrário “temos assistido a uma degradação do serviço devido a atrasos na entrega das mercadorias”.
No Transporte Marítimo de Passageiros e Viaturas, José Ávila disse que “não se vislumbra, nestes documentos, qualquer melhoria num serviço que anda pelos mínimos e não serve equitativamente todas as ilhas” e que “ deixa uma parte da população de fora e outra parte mal servida”, pois a a rota Santa Maria / S. Miguel, a oriente, continua fora do serviço. A ligação entre as duas maiores ilhas dos Açores, S. Miguel e Terceira, também não existe. Mantêm-se a ligação das Flores com o Corvo, “mas falha a ligação destas ilhas com o grupo central2, enquanto a “Graciosa está ligada à Terceira e ao Grupo Central na versão de serviços mínimos, criada para os anos da pandemia”.
José Ávila questionou ainda, onde está o estudo de Transporte Marítimo de Passageiros que supostamente seria feito ao mesmo tempo do malogrado estudo do transporte de mercadorias?
Concluiu que “estas situações surgem porque este e anterior Governo do PSD, CDS-PP e PPM teimam em assentar a mobilidade dos Açorianos exclusivamente no Transporte Aéreo sem acautelar as condições para isso” e dá como exemplos a indisponibilidade de lugares nos voos inter-ilhas para residentes e doentes, não há desdobramento de viagens quando aumenta a procura, sobretudo para os eventos mais importantes das ilhas e os encaminhamentos aéreos continuam sem alternativa.
José Ávila alertou ainda para a carga aérea, que “fica muitas vezes no chão, sobretudo o peixe fresco das Flores e Graciosa, por falta de planeamento, originando a desvalorização de um produto que é de qualidade”.