Vive-se na autonomia o pior momento político-social da sua história democrática.
O poder tornou-se dono da economia e orientador da cultura e da sociedade.
À conta da pandemia e a auspícios do interesse coletivo a cidadania sofre do Síndrome de Estocolmo, intimidada pelo medo que não se limita ao que decorre do vírus mas também a uma pressão sócio-política de nada contestar, nada questionar e nada contrariar.
Até algumas oposições se encarceraram no sequestro da fiscalização política, pois o sentimento geral é de guerrilha a quem possa ter ideias diferentes, propostas alternativas ou sequer críticas ao que quer que seja. Num exercício de “donos disto tudo”, qualquer oposição que exerça o seu dever de fiscalização do poder é logo apontada como estando a fazer aproveitamento da situação e as propostas que apresentar a favor da sociedade são usurpadas pela maioria que as publicita como suas.
O Síndrome de Estocolmo, que é o estado psicológico em que a vítima se “enamora” do seu agressor, tornou-se hospedeiro da Covid-19 e seu efeito colateral.