Já não bastava a ameaça da ilha Graciosa ficar, este verão, sem transportes marítimos de passageiros e viaturas - com todas as implicações para a sua frágil economia - e também os seus residentes vivem a ameaça de não poder regressar do exterior sem passar 15 dias fechados num quarto de hotel, enquanto os residentes nas ilhas com gateway fazem o seu isolamento profilático nas suas residências.
Se há nestas questões algo em comum é a total insensibilidade para com quem vive longe dos centros de decisão e uma completa falta de argumentos válidos para isolar ainda mais uma ilha ou uma pessoa que, em condições normais, já sofre o suficiente.
Esperar 15 dias num quarto de hotel sem justificação plausível e depois de um teste negativo à covid-19 é sofrimento dispensável tal como é dispensável prolongar a espera de 15 anos para que se construa um navio que agora é certo que não será construído.
Vivemos tempos de grandes desafios e maltratar os mais frágeis com medidas insensatas leva a que a dor seja ainda maior e com mais sérias consequências.
Haja decência!