O grupo parlamentar PSD Açores recomendou, através de
uma iniciativa legislativa, que o Governo proceda à inclusão da ilha Graciosa
na “linha lilás” da Atânticoline.
Na ótica dos sociais democratas, a exclusão da ilha
Graciosa da “linha lilás” favorece o isolamento e assume-se como um entrave ao
potencial da ilha Graciosa.
No documento destaca-se a ideia de que a existência de
uma rede de transportes marítimos que contribua para a aproximar as ilhas e
potencie a mobilidade é fundamental para a existência de um mercado interno. Os
sociais democratas garantem que “as chamadas ‘forças vivias’ da ilha, nomeadamente,
empresários, agricultores, pescadores e até a Câmara Municipal consideram
essencial a inclusão da ilha Graciosa na referida operação”.
O PSD/A recomendava, assim, que o Governo Regional
fornecesse instruções à Atlânticoline, a fim de integrar a ilha Graciosa na
“linha lilás” por via da otimização da utilização dos navios da empresa em
questão.
Em sede de comissão, a proposta foi aprovada por
maioria, com votos a favor do PSD, com abstenção de todos os outros partidos,
que deixaram a decisão para o plenário.
O Projecto de Resolução para inclusão da Graciosa na
Linha Lilás da Atlanticoline foi apresentado na Quarta-feira no parlamento açoriano e chumbado, apenas
com os votos contra do PS, incluindo os deputados da Graciosa.
O deputado João Costa entende que os deputados
socialistas “votaram contra a Graciosa, contra a opinião de empresários, agricultores,
pescadores, autarquia e conselho de ilha.”
José Ávila, deputado do PS eleito pela Graciosa afirma
que os deputados socialistas não concordam com a proposta, “porque não ia
acrescentar nada de novo ou melhorar as ligações marítimas de e para a Ilha
Graciosa”.
O deputado graciosense explicou que “mais do que a cor da linha, interessa a
qualidade do serviço, a rapidez das viagens, a fiabilidade do serviço e a
eficiência da operação”, mas reconheceu que “ainda não está tudo bem nas
ligações marítimas com a Ilha Graciosa” e que vão “continuar a exigir o que
deve ser melhorado no transporte marítimo”.
José Ávila disse ainda que “muito tem sido feito no
sentido de melhorar esta operação e para isso, tem contribuído o grande
investimento feito na reorientação do Porto Comercial, na construção da rampa
Roll-on / Roll-off, no assinalamento marítimo e, por fim, a própria contratação
de um piloto de barra residente”.
Apesar dos “investimentos que aumentaram a segurança e
a regularidade das operações marítimas na Ilha Graciosa”, José Ávila garante
que os deputados socialistas vão continuar “a exigir melhorar o que deve ser
melhorado nos transportes marítimos”.
Manuel José Ramos, deputado do PS eleito pela Graciosa
referiu que “na bancada do PS estivemos e estamos ao lado dos Graciosenses,
para reivindicar melhores acessibilidades marítimas, para a ilha Graciosa".
O deputado socialista eleito pela Graciosa, reforçou a
necessidade de se apresentarem propostas “exequíveis e ponderadas”, o que não é
o caso, como se verificou pelas duvidas que a iniciativa do PSD gerou entre
alguns parceiros sociais, nomeadamente por parte dos ”concelhos de Ilha que
tiveram algumas dificuldades em responder a esta proposta, porque não
perceberam como pretendem os proponentes operacionaliza-la”.
Também o deputado Ricardo Ramalho usou da palavra
durante o debate, salientando os dados positivos do Turismo na Graciosa e
realçando a resposta que o executivo socialista já tem prevista para a ilha:
“São sem dúvida indicadores muito positivos para a ilha Graciosa, contudo o
Partido Socialista não está ainda totalmente satisfeito e é precisamente por
isso que o Governo dos Açores, já autorizou o lançamento de um concurso para a
construção de um navio ferry com capacidade para 650 pessoas e 150 viaturas,
que visa oferecer um serviço regular, contínuo, durante o ano inteiro, e de
qualidade entre os três grupos de ilhas do nosso arquipélago“.