Os deputados do PSD/Açores
na Assembleia da República questionaram, esta Segunda-feira, o Ministro da
Agricultura sobre as medidas que o Governo pretende implementar, “para acudir
às dificuldades dos produtores de leite nos Açores, perante a continuada crise
que vive o setor na Região”.
Berta Cabral e António
Ventura têm vindo a chamar à atenção ao Governo “para as especificidades dos
Açores, e para a necessidade da existência de ações de longo prazo, concertadas
com o Governo Regional, para a viabilidade da Agricultura da região, em
especial no que concerne à produção de leite”, referem.
“Queremos saber que soluções
tem o Governo da República para a crise no leite”, adiantou António Ventura,
alertando para “a persistência da crise no setor do leite nos Açores, com a
imposição da redução da produção e os baixos preços pagos ao produtor”.
“Ainda a semana passada”,
recorda o deputado, “e no âmbito de uma reunião com o Governo Regional, o
presidente da Federação Agrícola dos Açores alertou para a possibilidade de 70%
dos produtores da Região estarem em falência técnica, devido ao preço pago pelo
leite à produção”.
Para o social democrata,
trata-se “de uma crise incomparável, tendo em conta a sua situação prolongada,
e às consequências no rendimento dos produtores e na economia dos Açores”.
Os parlamentares açorianos
entregaram uma pergunta escrita a Capoulas Santos, frisando que, “o Governo da
República não pode ignorar a difícil situação que vivem os produtores de leite
açorianos, até porque essa produção está intimamente ligada à economia e a
aspetos sociais da Região”.
António Ventura reforça que
“estão nos Açores metade dos produtores de leite do país, que produzem 32% do
total nacional e 50% do queijo. Sendo que cerca de 80% dos lácteos produzidos
nos Açores são exportados para o continente português”, acrescenta.
Os deputados do PSD eleitos
pelos Açores lembram igualmente que o Programa Especifico para o Sector do
Leite e Produtos lácteos (PESLPL), publicado em setembro de 2016, “teve várias
criticas nos Açores, como a da Federação Agrícola, organização que congrega o
associativismo agrícola na Região, que considerou que a solidariedade apregoada
pela República simplesmente não existe naquele programa”.
Para Berta Cabral e António
Ventura, o Governo da República “não pode continuar a ignorar esta crise, que é
uma crise açoriana, e o Governo de Portugal tem o dever de atuar”, concluem.