Em vésperas da discussão e
eventual aprovação do Orçamento para 2017, Plano de Investimentos e Orientações
a Médio Prazo, vem o PSD, mais uma vez, dizer que vai votar contra,
independentemente da posição que o PS tem assumido, nomeadamente através de
afirmações do seu Presidente, Vasco Cordeiro, da total abertura para discutir e
analisar propostas de alteração realistas e exequíveis que possam vir a
enriquecer estes documentos de planeamento.
Esta reação extemporânea denota,
quanto a mim, a firme intenção deste partido não negociar com ninguém, ou seja,
ficar isolado num dos momentos mais importantes para os Açores e que marca o
início de mais uma legislatura.
Elaborar e apresentar propostas,
e conformá-las com várias vontades, dá trabalho e exige esforço dos
protagonistas. Negociar implica cedências e a defesa de princípios. Pelos vistos
ao PSD nada disto interessa. É estar contra apenas porque sim. Esta é uma
posição cómoda de quem se exigia mais responsabilidade.
O PSD enveredou pelo caminho mais
fácil. Apesar de estar contra as políticas sociais do Partido Socialista, não
se percebendo bem porquê, vai apresentar, afinal, umas propostas avulsas
atribuindo mais uns pozinhos aos mecanismos de proteção social criados e
mantidos pelos governos do PS.
Não parece nada de mais, mas para
este partido da oposição, sempre desconfiado das contas públicas, apesar destas
estarem certificadas por organismos nacionais e internacionais e refletirem um
défice insignificante e uma dívida pública inferior a 40% do PIB, faz o que
sempre dizia condenar: atirar dinheiro para os problemas.
Depois de fugir ao debate de
ideias e de soluções para os problemas dos Açorianos, o PSD está a enveredar
pelo caminho mais fácil: dizer apenas o que as pessoas gostam de ouvir.