O Presidente do Governo iniciou a visita estatutária à Graciosa com a assinatura de
contratos de financiamento com oito produtores da Graciosa, no âmbito do
sistema regional de incentivos à manutenção de paisagens tradicionais da
cultura da vinha em currais e em socalcos e de pomares de espécies tradicionais
situados em áreas de paisagem protegida.
Vasco Cordeiro salientou que
“dá particular gosto” constatar o facto de, pela primeira vez, agricultores
desta ilha aderirem a este sistema regional de incentivos, o qual permite ligar
as componentes da produção de vinho, do turismo e do ambiente.
De acordo com Vasco
Cordeiro, esta estratégia constitui, também, uma forma de promover a coesão
regional, através de medidas concretas que permitem criar emprego, gerar
riqueza e fixar as pessoas nas suas localidades.
Durante a manhã do primeiro
dia da visita estatutária, Vasco Cordeiro reuniu com as associações agrícolas e
com agricultores da ilha Graciosa, num encontro onde foram analisadas várias
matérias deste setor.
O presidente do Governo
ouviu dos agricultores graciosenses a preocupação de que poderão estar a perder
algum dinheiro neste quadro comunitário de apoio e o sentimento de injustiça
por o prémio à cava leiteira ter sido aumentado apenas para as ilhas Terceira e
São Miguel.
Os agricultores graciosenses
pediram uma revisão do Posei, pois a realidade de São Miguel “não é a mesma da
Graciosa”, com João Picanço, Presidente da Associação dos Agricultores da Graciosa
a afirmar que mais parece que a crise no leite se faz sentir mais naquelas duas
ilhas, quando na Graciosa a penalização é maior, por isso é que somos ilha de
coesão.
Vasco Cordeiro garantiu que
não foi retirado dinheiro às ilhas mais pequenas, apenas foi igualado o prémio
da vaca para os 190 euros, pois nas ilhas Terceira e São Miguel esse prémio era
de 145 euros.
A necessidade de um
veterinário a trabalhar na Associação de Agricultores, o preço do leite ao
produtor que continua a baixar e a falta de mão de obra para a agricultura,
foram outros problemas falados no encontro, que decorreu na sede da Associação,
no Barro Branco.
Outro problema demonstrado
pelos agricultores graciosenses é o custo com o transporte do gado para abate
na Terceira, situação que se verifica por não haver Matadouro na Graciosa.
Apesar da promessa de que
vai ser encontrada uma solução transitória, até estar construído o novo
Matadouro, João Picanço afirma que já em 2015 houve essa promessa, na altura
para uma ajuda de 50 euros, que espera ainda que se cumpra.