O fim das quotas leiteiras,
a 1 de Abril do ano passado, agravou a situação já frágil que se fazia sentir
no setor leiteiro na Graciosa.
Carlos Picanço, da direção
da Associação de Agricultores Graciosenses, disse em entrevista na Rádio Graciosa
que a primeira mudança, após o fim das quotas, prendeu-se com a descida do
preço do leite,
A falta de preparação,
quando era bem conhecida a data da liberalização do mercado do leite, levou,
segundo o agricultor, à situação complicada a que chegou o setor do leite na
Graciosa, que agora tem que reduzir a produção.
A criação de produtos de
mais valia, investigação e trabalho conjunto com as universidades foram
trabalhos feitos por outros países, que estão agora a ver resultados desta
preparação, ao passo que isso não aconteceu nos Açores.
Carlos Picanço afirma que os
agricultores graciosenses modernizaram-se, tem quase na sua totalidade pontos
positivos, devido à boa qualidade do leite, mas continua-se a produzir os
mesmos produtos de há 20 anos atrás.
Aos produtores falta acompanhamento
técnico e alguma mudança de mentalidade, com vista a redução de desperdícios, o que poderia segundo Carlos Picanço ajudar a ultrapassar as dificuldades que o
setor vive.
Entretanto
Secretário Regional da Agricultura e
Ambiente afirmou em Bruxelas, que a reunião do Conselho de Ministros da
Agricultura da União Europeia em que se discutiu a crise do setor do leite
instalada no espaço comunitário se revelou “uma completa desilusão”.
“Nos Açores, entendemos que a última oportunidade para
tomar medidas com algum efeito útil” é agora, frisou Neto Viveiros em
declarações à margem do encontro, explicando que “daqui a três meses, a
situação estará muito pior se nada for feito de concreto até lá”.
O governante açoriano lamentou ainda que a União
Europeia não esteja “a perceber nem a dimensão do problema, nem o facto de que
a sua gravidade pode aumentar exponencialmente nos próximos meses quando se
sentir todos os efeitos do aumento sazonal de produção.”