Decorria o ano de 2012, quando Vasco Cordeiro, já no seu 3º
cargo como membro dos governos do PS, ocupando o lugar de Secretário Regional
da Economia que era responsável pelo turismo e transportes, foi à ilha Graciosa
para inaugurar o quartel de bombeiros do aeroporto.
Já depois de "nomeado" como candidato a Presidente
do Governo, Vasco Cordeiro era confrontado com os maus números do turismo que,
também então na Graciosa, exigiam medidas de melhor mobilidade e acesso à ilha.
Nesse sentido, anunciou que iria criar um programa de promoção da ilha Graciosa
no exterior, com a particularidade de "o exterior" para o caso serem os
restantes Açores.
Nunca se conheceu a cor da campanha de promoção da Graciosa
anunciada por Vasco Cordeiro, nem tão pouco se revelaram melhorias na chegada
de turistas à ilha que, com algumas oscilações, vê a sua oferta ficar para trás
no contexto regional.
No último ano, o turismo dos Açores foi beneficiado com uma
revolução no modelo de acessibilidades, coisa que Vasco Cordeiro, enquanto
membro do Governo que tinha essa pasta, e também como Presidente do Governo,
jamais sonhara ou sequer proporcionara, dada a teimosia socialista que nunca
desejou a abertura das rotas com os Açores e a vinda de companhias de baixo
custo que, efectivamente, trouxessem turistas.
Apesar disso, e perante a falta de alternativas credíveis em
termos de acessibilidade à região, Passos Coelho lá convenceu os socialistas
dos Açores, pondo em andamento um modelo de acessibilidades aéreas que
proporcionou um dos melhores anos de sempre nas dormidas.
Esse efeito multiplicador de visitantes - muito longe das
subsidiações socialistas que "compravam" supostos turistas para os
Açores, que ninguém via e que não alavancavam a economia - generalizou-se por
quase toda a região e só não foi geral porque a ilha Graciosa (e também Santa
Maria em menor grau) viu o número de dormidas de 2015 baixar relativamente a
2014.
É certo que 2016 será melhor para as dormidas na Graciosa,
pois quando se chega ao grau zero das acessibilidades, qualquer pequeno
movimento fará subir a ilha nas estatísticas.
A questão que não pode deixar indiferentes os Graciosenses e
os Açorianos em geral é que nos Açores, dentro do Grupo Central, há uma ilha, a
Graciosa, que continua a sofrer dos mesmos males que já Vasco Cordeiro conhecia
muito bem nos seus tempos de titular da pasta dos transportes e turismo. Os
males são graves e de urgente dedicação por parte dos governos e dizem respeito
ao isolamento e à desertificação humana.
Se é certo que a ilha Graciosa não se tornará numa Meca do
turismo, o que é indesmentível é que, para o seu desenvolvimento social,
económico e demográfico, a sua agricultura e pescas, bem como os serviços
continuam à espera de um qualquer milagre, que já se percebeu não será rosa, e
que aproxime a ilha, em primeiro lugar dos demais Açores e depois do exterior
da região.
Quando ouvimos loas à aposta em exportações e em produzir
para outros mercados, nunca nos cansamos de repetir que uma ilha pequena como a
Graciosa, com enormes potencialidades na produção seja na agricultura ou nas
pescas, continua à espera que não se lembrem só de prometer que os transportes
vão melhorar e quem sabe, qualquer dia, teremos um mercado interno para
produzir criando emprego e riqueza.
Depois de muitas promessas de melhores acessibilidades e de
melhores transportes, a Graciosa ainda espera que se lembrem que também é
Açores, que tem muito para dar e uma insaciável vontade de vencer!