De 20 a
22 de Abril realizou-se na ilha Graciosa o Workshop “Painho-de-monteiro”:
oportunidades e desafios". Este workshop é parte do Projecto Painho-de-monteiro
(fase 1) inserido no programa "Preventing Extinctions" (PEP) da
Birdlife International e foi a rampa de lançamento para o recém aprovado LIFE
EuroSAP coordenado pela Birdlife Internacional, no qual a SPEA é a parceira
portuguesa e onde serão preparados plano de ação para o painho-de-monteiro e
outras espécies europeias com estatuto de proteção prioritário.
No
primeiro dia foi realizada uma visita, guiada pelo DOP e PNIG, ao ilhéu da
Praia, principal colónia da espécie, com a realização da marcação de ninhos
naturais e observação de alguns dos 150 ninhos artificiais instalados ao longo
dos últimos anos neste local.
Nos
dias seguintes, o workshop decorreu com as apresentações de todas as entidades
envolvidas sobre a importância da espécie e os trabalhos de conservação já
desenvolvidos ao longo de mais de 20 anos, e que começaram com o falecido
Doutor Luís Monteiro. Foram ainda apresentados os resultados do ano transacto e
realizados no âmbito do PEP. O workshop serviu para avançar na revisão do draft-report
do estado actual de conservação da espécie e que será o ponto de partida para o
já referido Plano de Acção a realizar no âmbito do LIFE EuroSAP.
O workshop foi ainda uma oportunidade para
sensibilizar a população local, através de uma sessão pública que decorreu no
dia 21, na qual estiveram presentes cerca de 50 pessoas, entre as quais 6
alunos do 8ºano da Escola Básica e Secundária da Graciosa que participaram no
Concurso "Painho-de-monteiro: um símbolo para a ilha Graciosa".
No
total foram 50 os alunos participantes, destes, 12 foram seleccionados para
expor os trabalhos durante a sessão pública e inclusive os 6 melhores foram
convidados a apresentar para os presentes os seus trabalhos. Desafio
corajosamente aceite pelos alunos tendo todos recebido uma lembrança por parte
da organização e um pequeno prémio para os 3 melhores.
a equipa da SPEA deslocou-se ao ilhéu de Baixo (segunda colónia confirmada
da espécie, para além do referido ilhéu da Praia) onde foram construídos 51
ninhos artificiais para o Painho-de-monteiro. Foi também monitorizada a
população reprodutora de Gaivota-de-patas-amarelas Larus michaellis atlantis
tendo sido contabilizadas mais de 200 gaivotas e ninhos. Realizaram-se ainda
escutas nocturnas, onde para além dos habituais cagarros, Calonectris borealis,
painhos e frulhos Puffinus iherminieri ecoaram pela noite dentro.