Quando Sócrates anunciou ao país as medidas de austeridade
decorrentes do resgate da TROIKA, ficou-se apenas por aquelas que seriam menos
dolorosas, ocultando as mais nefastas para os Portugueses. Quem disse isto foi
Teixeira dos Santos, o Ministro das Finanças de Sócrates que ficou desagradado
por não terem sido anunciados todos os cortes em rendimentos e pensões e todos
os aumentos de impostos que Portugal teria de suportar.
De entre esses aumentos de impostos incluía-se a redução de
diferencial fiscal dos Açores que também fora ocultada na comunicação de
Sócrates.
Essa redução do diferencial fiscal foi conhecida dos
açorianos, mas Carlos César, à semelhança de Sócrates, escondeu a verdade sobre
esse brutal aumento de impostos. Na altura, César e Cordeiro desvalorizavam
esse aumento os impostos dos açorianos, tentando passar a mensagem de que isso
não teria nos Açores o impacto que o PSD então denunciava.
Mas se isso foi típico da forma como os socialistas escondem
os fracassos da sua governação, já com o decurso do resgate que nos humilhou
perante a Europa, César e Cordeiro faziam de conta de que não tinham a
responsabilidade de ter permitido que Sócrates levasse os açorianos a pagar
mais impostos.
Para o socialismo dos Açores, cujo governo era o único a
beneficiar com o aumento de impostos na região, aumentando as suas receitas, o
melhor mesmo era atirar culpas para Passos Coelho e para quem tinha a árdua
tarefa de salvar Portugal do jugo da TROIKA.
Mas quem não se conformava com essa injustiça de aumentar os
impostos dos Açores nunca baixou os braços e lutou sempre para que fosse
possível, o quanto antes, voltar a ter um diferencial fiscal de 30%, pois isso
era fundamental para promover o crescimento da economia e a criação de riqueza.
E essa pessoa, que nunca deixou no esquecimento a injustiça
praticada, foi o Presidente do PSD Açores, Duarte Freitas.
Ninguém pode esquecer que por acção de Freitas os deputados
do PSD Açores votaram contra a redução do diferencial fiscal e ninguém pode,
igualmente, esquecer que foi Duarte Freitas quem, aquando do Congresso do PSD
em que pela primeira vez foi eleito Presidente do Partido nos Açores, disse a
Passos, olhos nos olhos, que exigia a reposição do diferencial fiscal.
Em resposta, Passos disse que naquele momento não se podia
comprometer com a redução dos impostos dos açorianos pois, durante o programa
de ajustamento, Portugal estava obrigado a cumprir com essa imposição trazida
pela mão de Sócrates e César. Mas que com a saída da TROIKA se voltaria a falar
sobre essa possibilidade.
Entretanto a TROIKA foi posta fora de Portugal pelo Governo
liderado por Passos Coelho, perante a incredulidade dos socialistas e, nos
Açores, César e Cordeiro faziam de conta que o diferencial fiscal era apenas
mais uma das medidas cujo ónus seria de Passos para que o proveito fosse do
Governo Regional.
Houve, porém, quem não esquecesse os interesses dos Açores e
dos açorianos e, mais uma vez, Duarte Freitas teimou que não se podia permitir
a manutenção daquela injustiça não deixando que Passos perdesse mais tempo em
repor o diferencial fiscal nos 30%.
Com a saída da TROIKA, Freitas levou a que Passos anuísse e,
no último Orçamento de Estado, consagrou-se a reposição do diferencial fiscal.
Finalmente, a muito custo, Cordeiro aceitou, agora, cumprir
com a redução dos impostos nos Açores, mas é um dever lembrar a verdade
histórica e se no próximo mês os impostos dos açorianos vão baixar, Freitas
teve o papel principal.